Juliet levou a mão à boca e mordeu
os dedos. Não iria gemer! Não iria gemer! Começou a vasculhar
desesperadamente o cérebro, em busca de uma distração, de algo que retirasse
seus sentidos dali...! Mas a língua de Ranke começou a descer por suas pernas.
Circundou seus joelhos. Chegou a seus pés.
Ele segurou seu pé com delicadeza.
Parecia fascinado em sustê-lo na palma da mão. Quando abaixou a cabeça para
beijá-lo, o fez como se o reverenciasse. Juliet respirou profundamente. Nossa!
Aquilo era covardia...! O homem beijava cada centímetro do seu pé! E depois
de cada beijinho... ia lambendo a pele molhada pelo beijo!
Enfim... os dedos!
Ranke envolveu cada dedo de seu pé
com os lábios. E começou a chupá-los!
Não! Ai, meu Deus... Não! _
Juliet se digladiava contra a lascívia. Segurou-se no assento da cadeira.
Fechou os olhos. Tentou se lembrar do primeiro capítulo de sua tese de Doutorado...
Mas o desgraçado, filho da puta... voltou a lamber seus pés! Primeiro
um. Depois o outro... E resolveu vir subindo beijos molhados pela extensão da
sua perna. O que faria?! Se aqueles beijos chegassem para onde se
encaminhavam... Nossa! Tinha que pensar em outra coisa... Outra coisa...
Ranke sequer deu-lhe tempo para
tentar, pelo menos, reorganizar as ideias. Ou pensar em outro capítulo da tese.
Os beijos nem chegaram ao meio de suas coxas. Ele enfiou os dedos nas laterais
da sua calcinha e num único gesto arrebentou a peça.
As mãos enormes simplesmente
afastaram suas pernas. E a cabeça de Ranke repousou entre suas coxas.
Quando a língua úmida começou a
lamber seu grelo, Juliet sentiu duas lágrimas quentes escorrerem pelos cantos
dos olhos. Queria gritar! Mas sua voz não saía. Queria gritar de desespero.
Porque era impossível não sentir que o mundo se desmanchava com ela se
liquefazendo dentro dele...
A tese foi sumindo. Com ela todos os
capítulos. Desesperadamente, Juliet tentou se agarrar a algo mais prosaico.
Comum. Mas só conseguiu se lembrar da lista de compras...
Dois quilos de
batata... Meia dúzia de feijão...
A língua de Ranke continuava: lambia
seu grelo em movimentos ascendes...
Dois metros de fósforos...
Não bastasse lambê-la com aquela
língua do céu, Ranke foi introduzindo o dedo em sua vagina. Juliet arquejou.
Apertou os dedos no assento da cadeira. Fechou os olhos com força. Ato contínuo
fechou, também, as paredes da vagina em torno do dedo dele... Melhor teria sido
se não tivesse feito isso, se apenas tivesse relaxado...! Porque, aflição extrema,
o miserável alcançou um ponto oculto no interior da sua anatomia. E
começou a friccioná-lo com a ponta do dedo.
Três metros de
fósforos... Dez quilos de ovos... Não... Dez... Dúzias...Não...
Para
sua vergonha, Juliet começou a espasmar de prazer na boca de Ranke!
_
Ah...! Ah...! Ah!
Ela estava gozando. Completamente humilhada.
Este trecho faz parte do Romance Mar do Desejo