segunda-feira, 14 de junho de 2010

A primeira vez

Eu vim aqui porque quis, ontem tudo doeu demais, e você parou quando eu pedi e me abraçou e eu te amei por isso, pela tua paciência e pela tua delicadeza; mas hoje estou consciente, não vou beber nada, quero estar toda aqui, lembrar de tudo enquanto eu viver; não quero delicadeza, eu sei que vai doer de novo, mas quero ir até o fim; você vem e me abraça e eu tento desviar o olhar porque eu nunca tinha visto um homem nu na minha frente, mas é que você é tão lindo que eu penso na minha sorte, e na minha vontade, e como de certo modo valeu à pena esperar tantos anos, e não ter dado para nenhum menino que eu conhecia, não que algum deles me quisesse; e você me abraça, abre meu vestido, abre meu sutiã, tira minha calcinha e eu estou nua, e eu também nunca tinha ficado nua na frente de um homem na minha vida; então você me beija, e eu começo a ter mais vontade que medo, e você começa a colocar o pau lá dentro, com todo cuidado; e dói, eu grito, mas também grito "não pára!", porque dói, mas também é bom, e a dor é boa, e eu sinto como se aos poucos eu fosse me rompendo, me rasgando, me doendo, mas tudo é bom demais e eu não quero parar; e te seguro, você pergunta se é para parar, mas hoje não, hoje vai tudo, e eu choro, um choro bom, as lágrimas lavam meu rosto, abro os olhos e lá está você, e nunca mais na minha vida vou esquecer de você e do jeito como você me trata; e vai entrando mais, e mais, e cada vez mais dor, e cada vez melhor; então você me puxa e me rola na cama, e me deixa por cima sem tirar o pau de dentro de mim, e ele está quase todo lá, e eu grito cada vez mais, e a dor é boa, e dói, e eu gosto, e eu grito mais, e choro mais, e quase rio também, e eu fico zonza, e eu nunca tinha sentido daquele jeito, e eu suo e te sinto todo lá dentro, e então meu corpo todo arqueia para trás e para frente e eu dou um último grito, que mistura toda a dor e todo o prazer que eu senti nos últimos minutos; e então eu caio por cima de você e te abraço em meio às minhas lágrimas e à minha saliva e ao teu gosto e fico cansada; e olho em volta, eu jamais vou esquecer de nada aqui, desta cama, deste quarto, do teu cheiro, do que eu pensei, do que eu senti, do sono de depois, do teu carinho, do teu jeito, de cada detalhe que a gente vai ficar juntos, e das lágrimas que eu vou chorar porque você não sente mais o mesmo por mim, e da raiva que eu vou sentir de mim mesma por ter me deixado gostar de você, e da solidão que eu vou sofrer esperando por você que nunca vem, e de todas as tentativas frustradas de mudar e não me envolver com mais ninguém porque eu simplesmente não sou assim, eu ainda vou me envolver mais vezes e sofrer mais vezes e chorar mais vezes; mas agora não importa, todo o sofrimento que há de vir vale à pena por estas semanas que você vai me deixar gostar de você, e vai me olhar com tanto carinho e admiração que eu não vou acreditar quando teu olhar for frio e as tuas palavras me machucarem; porque agora eu te olho e meu coração explode, eu me deito e você me abraça e eu sei que eu vou querer mais.

Eu não sou mais virgem.
Frida

Um comentário:

Anônimo disse...

minha nossa, q texzto lindo, eu lembrei da minha primeira vez tb, mas num teve prazer, só dor... apesar da paciência dele, mas eu tava mega nervosa, kkk