"Quando voltares vou dar-te um banquete literário de sexo - ou seja foder e conversar e conversar e foder. Anaïs, eu vou abrir as tuas entranhas. Deus me perdoe se esta carta alguma vez for aberta por engano. Não consigo evitá-lo. Quero-te. Amo-te. Tu és comida e bebida para mim, és todo o raio da Máquina da vida, deitar-me em cima de ti é uma coisa, mas aproximar-me de ti é outra. Sinto-me unido a ti, um só contigo, pertences-me quer isso seja sabido ou não. Cada dia que espero agora é uma tortura. Estou a contá-los lentamente, dolorosamente.
Mas vem o mais depressa que possas. Preciso de ti. Meu Deus, quero ver-te em Louveciennes, ver-te naquela luz dourada da janela, com o teu vestido verde Nilo e o teu rosto pálido, uma palidez gelada como a noite do recital. Amo-te como tu és. Amo as tuas ancas, a tua palidez dourada, a curva das tuas nádegas, o calor dentro de ti. Anaïs, amo-te tanto, tanto! Estou a ficar sem palavras. Estou aqui sentado a escrever-te com uma tremenda erecção. Posso sentir a tua boca macia fechando-se sobre mim, a tua perna apertando-me com força, voltar a ver-te aqui na cozinha levantando o vestido e sentando-te em cima de mim e a cadeira a andar pelo chão da cozinha, fazendo tamp, tamp,."
Henry
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