quinta-feira, 30 de julho de 2009
quarta-feira, 29 de julho de 2009
sexus de henry miller
Um dos trechos mais subversivos do Miller
Devia ser uma noite de quinta feira quando a conheci no salão de danças. Compareci ao trabalho na manhã seguinte, após uma hora ou duas de sono, com um ar de sonânbulo. O dia passou como um sonho. Depois do jantar adormeci no divã e acordei completamente vestido cerca de seis horas da manhã seguinte. Sentia-me inteiramente revigorado, puro de coração, e atormentado por uma idéia: possuí-la a qualquer custo. Caminhando através do parque deliberava qual tipo de flores mandar com o livro que lhe tinha prometido. (Winesburg Ohio). Estava me aproximando do trigésimo terceiro aniversário, a idade de cristo crucificado. Uma vida totalmente nova estendia-se diante de mim, tivesse eu apenas coragem pra tudo arriscar: eu estava no primeiro degrau da escada, um fracasso em todo sentido da palavra.
Veio então a manhã de sábado, e pra mim o sábado sempre foi o melhor dia da semana. Desperto para a vida quando os outros estão caindo de sono e fadiga, minha semana começa no dia judaico do descanso. Que esta ia ser a grande semana da minha vida, que repercutiria por sete longos anos, é claro que eu sequer imaginava. Sabia apenas que era um dia auspicioso e cheio de acontecimentos. Dar o passo fatal, mandar tudo para os infernos, é em si uma emancipação: o pensamento das consequências nunca me passou pela cabeça. Render-se absoluta, incondicionalmente à mulher que se ama é romper todas as amarras, exceto o desejo de não a perder, que é a amarra mais terrível de todas.
(trecho do sexus de henry miller)
terça-feira, 28 de julho de 2009
terça-feira, 21 de julho de 2009
Anais Nin trecho
(...)
As três sentaram-se no divã bem baixo, sobre um ondulante mar de almofadas. A primeira a agir foi Leila, que deslizou a mão chão de jóias por baixo das saias de Bijou e arfou levemente de surpresa com o inesperado toque de pele onde esperava encontrar roupa íntima sedosa. Bijou deitou-se de costas e voltou a boca para Elena, seu vigor tentado pela fragilidade de Elena, vendo pela primeira vez como era se sentir um homem e sentir a fragilidade de uma mulher curvando-se sob o peso de uma boca, a pequena cabeça abaixada para trás por suas mãos pesadas, o cabelo leve esvoaçando ao redor. As mãos fortes de Bijou circundaram deleitadas o pescoço delicioso. Ela segurou a cabeça entre as mãos como uma taça, para beber da boca longos goles do hálito de néctar, com a língua ondulando.
Leila teve um momento de ciúme. Cada carícia que dava a Bijou, Bijou transmitia a Elena — a mesmíssima carícia. Depois de Leila beijar a boca luxuriante de Bijou, Bijou tomou os lábios de Elena entre os seus. Quando a mão de Leila deslizou adiante por baixo do vestido de Bijou, Bijou deslizou a mão sob o vestido de Elena. Elena não se mexeu, enchendo-se de languidez. Então Leila deslizou sobre os joelhos e usou as duas mãos para afagar Bijou. Quando levantou o vestido de Bijou, Bijou atirou o corpo para trás e fechou os olhos para sentir melhor os movimentos das mãos cálidas e incisivas. Elena, vendo Bijou oferecida, ousou tocar o corpo voluptuoso e seguir cada contorno das curvas fartas — um leito de carne prostrada, suave e firme, sem ossos, cheirando a sândalo e almíscar. Os mamilos de Elena endureceram quando ela tocou os seios de Bijou. Quando sua mão passou pelas nádegas, de Bijou, encontrou a mão de Leila.
Então Leila começou a se despir, expondo um pequeno corselete de cetim negro e macio que prendia as meias com minúsculas ligas negras. As coxas esguias e brancas fulguravam, o sexo permanecia na obscuridade. Elena soltou as ligas para observar as pernas polidas emergirem. Bijou puxou seu vestido por cima da cabeça e então reclinou-se para a frente para terminar de tirá-lo; ao fazer isso, expôs as nádegas por completo, as covinhas na base da espinha, o arco das costas. Então Elena deslizou para fora de seu vestido. Estava usando roupas íntimas de renda negra com as fendas na frente e atrás, exibindo apenas as laterais sombreadas de seus segredos sexuais.
Sob os pés delas havia uma grande pele branca. Caíram sobre esta, os três corpos em harmonia, mexendo-se um contra o outro para sentir seio contra seio e barriga contra barriga. Deixaram de ser três corpos. Transformaram-se todos em bocas, dedos, línguas e sensações. As bocas procuravam uma outra boca, um mamilo, um clitóris. Acomodaram-se entrelaçadas, movendo-se muito lentamente. Beijaram-se até os beijos tornarem-se uma tortura, e o corpo ficar inquieto. As mãos o tempo em busca da carne submissa, de uma abertura. A pele sobre a qual se acomodavam exalavam um odor animal, que se misturava aos odores do sexo.
Elena foi em busca do corpo mais abundante de Bijou. Leila era mais agressiva. Colocou Bijou deitada de lado, com uma perna jogada por cima de seu ombro, e a beijava entre as pernas. De vez em quando Bijou contorcia-se para trás, para longe dos beijos e mordidas lancinantes, da língua dura como o sexo de um homem.
Ao se mover desse jeito, suas nádegas eram lançadas em cheio contra o rosto de Elena. Com as mãos, Elena estivera desfrutando do formato das nádegas; agora inseriu o dedo na pequena abertura apertada. Ali podia sentir cada contração provocada pelos beijos de Leila, como se estivesse tocando a parede contra a qual Leila movia a língua. Bijou, recuando da língua que a alcançava, movia-se na direção de um dedo que lhe deleitava. O prazer era expresso em melodiosas modulações de voz e, de vez em quando, como uma selvagem sendo escarnecida, cerrava os dentes e tentava morder aquela que estava tentalizando.
Quando estava prestes a gozar e não podia mais se defender do prazer, Leila parou de beijá-la, deixando a meio caminho do ápice de uma sensação excruciante, semi-enlouquecida. Elena havia parado no mesmo momento.
Incontrolável agora, como uma maníaca de primeira grandeza, Bijou atirou-se em cima do corpo de Elena, abriu suas pernas, colocou-se entre elas, colou-se ao sexo de Elena e se mexeu, mexeu-se desesperadamente. Arremeteu contra Elena como um homem para sentir os dois sexos se encontrando, se soldando. Então, ao sentir o prazer chegando, deteve-se para prolongá-lo, caiu de costas e abriu a boca para o seio de Leila, para mamilos incandescentes em busca de carícias.
Elena agora também estava no frenesi que precede o orgasmo. Sentiu uma mão embaixo de si, uma mão contra a qual podia se roçar. Quis atirar-se sobre a mão até que esta a fizesse gozar, mas também queria prolongar o prazer. E parou de se mexer. A mão perseguiu-a. Ela levantou-se, e a mão novamente dirigiu-se a seu sexo. Então ela viu Bijou postada contra as suas costas, ofegante. Sentiu os seios pontudos, o roçar dos pêlos púbicos de Bijou contra as suas nádegas. Bijou esfregou-se contra ela, e então deslizou para cima e para baixo, lentamente, sabendo que a fricção forçaria Elena a se virar para, desse modo sentir o atrito nos seios, sexo e barriga. Mãos, por todos os lados de uma só vez. As unhas pontudas de Leila enterraram-se na parte mais tenra do ombro de Elena, entre o seio e a axila, doendo, uma dor deliciosa, a tigresa apoderando-se dela, estraçalhando-a. O corpo de Elena ardia de modo tão abrasador que ela temeu que mais um toque detonasse a explosão. Leila sentiu isso, e elas se separaram.
Todas as três caíram sobre o divã. Pararam de se tocar e olharam uma para a outra, admirando a desordem e vendo a umidade cintilar ao longo das lindas pernas.
Mas não conseguiram manter as mãos longe uma das outras, e agora Elena e Leila atacaram Bijou juntas, decididas a arrancar dela a sensação máxima. Bijou foi cercada, envolvida, coberta, lambida, beijada, mordida, rolada novamente para cima do tapete de pele, atormentada por um milhão de mãos e línguas. Agora implorava para ser satisfeita, escancarou as pernas, tentou satisfazer a si mesma pela fricção contra os outros corpos. Elas não deixaram. Vasculharam-na com línguas e dedos, por trás e pela frente, parando as vezes para tocar a língua uma da outra — Elena e Leila, boca com boca, línguas enroscadas juntas, por cima das pernas de Bijou. Bijou erguia-se para receber o beijo que poria fim a seu suspense. Elena e Leila, esquecendo-se dela, concentram todas as sensações em suas línguas, golpeando uma à outra. Impaciente, loucamente inflamada, Bijou começou a se acariciar; então Leila e Elena empurraram sua mão para longe e caíram sobre ela. O orgasmo de Bijou veio como um tormento requintado. A cada espasmo ela se mexia como se estivesse levando uma facada. Quase gritou para que aquilo acabasse.
Sobre o corpo de bruços, Elena e Leila retomaram os beijos de língua de novo, as mãos embriagadas esquadrinhando uma a outra, penetrando em todos os lugares arrebatadamente, até Elena gritar. Os dedos de Leila haviam descoberto o ritmo dela, e Elena agarrou-se a Leila esperando prazer e romper, enquanto suas mãos tentavam dar o mesmo prazer a Leila. Tentaram gozar em sincronia, mas Elena gozou primeiro, caindo amontoada, desprendida da mão de Leila, derrubada pela violência do orgasmo. Leila caiu ao seu lado, oferecendo o sexo à boca de Elena. Quando o prazer de Elena arrefeceu, revolvendo-se embora, desvanecendo-se, ela concedeu a língua a Leila, golpeando na abertura do sexo até Leila se contrair e gemer. Ela mordeu a carne tenra de Leila. No paroxismo do prazer, Leila não sentiu os dentes cravados ali.
(...)
trecho de Delta de Venus, Anais Nin
As três sentaram-se no divã bem baixo, sobre um ondulante mar de almofadas. A primeira a agir foi Leila, que deslizou a mão chão de jóias por baixo das saias de Bijou e arfou levemente de surpresa com o inesperado toque de pele onde esperava encontrar roupa íntima sedosa. Bijou deitou-se de costas e voltou a boca para Elena, seu vigor tentado pela fragilidade de Elena, vendo pela primeira vez como era se sentir um homem e sentir a fragilidade de uma mulher curvando-se sob o peso de uma boca, a pequena cabeça abaixada para trás por suas mãos pesadas, o cabelo leve esvoaçando ao redor. As mãos fortes de Bijou circundaram deleitadas o pescoço delicioso. Ela segurou a cabeça entre as mãos como uma taça, para beber da boca longos goles do hálito de néctar, com a língua ondulando.
Leila teve um momento de ciúme. Cada carícia que dava a Bijou, Bijou transmitia a Elena — a mesmíssima carícia. Depois de Leila beijar a boca luxuriante de Bijou, Bijou tomou os lábios de Elena entre os seus. Quando a mão de Leila deslizou adiante por baixo do vestido de Bijou, Bijou deslizou a mão sob o vestido de Elena. Elena não se mexeu, enchendo-se de languidez. Então Leila deslizou sobre os joelhos e usou as duas mãos para afagar Bijou. Quando levantou o vestido de Bijou, Bijou atirou o corpo para trás e fechou os olhos para sentir melhor os movimentos das mãos cálidas e incisivas. Elena, vendo Bijou oferecida, ousou tocar o corpo voluptuoso e seguir cada contorno das curvas fartas — um leito de carne prostrada, suave e firme, sem ossos, cheirando a sândalo e almíscar. Os mamilos de Elena endureceram quando ela tocou os seios de Bijou. Quando sua mão passou pelas nádegas, de Bijou, encontrou a mão de Leila.
Então Leila começou a se despir, expondo um pequeno corselete de cetim negro e macio que prendia as meias com minúsculas ligas negras. As coxas esguias e brancas fulguravam, o sexo permanecia na obscuridade. Elena soltou as ligas para observar as pernas polidas emergirem. Bijou puxou seu vestido por cima da cabeça e então reclinou-se para a frente para terminar de tirá-lo; ao fazer isso, expôs as nádegas por completo, as covinhas na base da espinha, o arco das costas. Então Elena deslizou para fora de seu vestido. Estava usando roupas íntimas de renda negra com as fendas na frente e atrás, exibindo apenas as laterais sombreadas de seus segredos sexuais.
Sob os pés delas havia uma grande pele branca. Caíram sobre esta, os três corpos em harmonia, mexendo-se um contra o outro para sentir seio contra seio e barriga contra barriga. Deixaram de ser três corpos. Transformaram-se todos em bocas, dedos, línguas e sensações. As bocas procuravam uma outra boca, um mamilo, um clitóris. Acomodaram-se entrelaçadas, movendo-se muito lentamente. Beijaram-se até os beijos tornarem-se uma tortura, e o corpo ficar inquieto. As mãos o tempo em busca da carne submissa, de uma abertura. A pele sobre a qual se acomodavam exalavam um odor animal, que se misturava aos odores do sexo.
Elena foi em busca do corpo mais abundante de Bijou. Leila era mais agressiva. Colocou Bijou deitada de lado, com uma perna jogada por cima de seu ombro, e a beijava entre as pernas. De vez em quando Bijou contorcia-se para trás, para longe dos beijos e mordidas lancinantes, da língua dura como o sexo de um homem.
Ao se mover desse jeito, suas nádegas eram lançadas em cheio contra o rosto de Elena. Com as mãos, Elena estivera desfrutando do formato das nádegas; agora inseriu o dedo na pequena abertura apertada. Ali podia sentir cada contração provocada pelos beijos de Leila, como se estivesse tocando a parede contra a qual Leila movia a língua. Bijou, recuando da língua que a alcançava, movia-se na direção de um dedo que lhe deleitava. O prazer era expresso em melodiosas modulações de voz e, de vez em quando, como uma selvagem sendo escarnecida, cerrava os dentes e tentava morder aquela que estava tentalizando.
Quando estava prestes a gozar e não podia mais se defender do prazer, Leila parou de beijá-la, deixando a meio caminho do ápice de uma sensação excruciante, semi-enlouquecida. Elena havia parado no mesmo momento.
Incontrolável agora, como uma maníaca de primeira grandeza, Bijou atirou-se em cima do corpo de Elena, abriu suas pernas, colocou-se entre elas, colou-se ao sexo de Elena e se mexeu, mexeu-se desesperadamente. Arremeteu contra Elena como um homem para sentir os dois sexos se encontrando, se soldando. Então, ao sentir o prazer chegando, deteve-se para prolongá-lo, caiu de costas e abriu a boca para o seio de Leila, para mamilos incandescentes em busca de carícias.
Elena agora também estava no frenesi que precede o orgasmo. Sentiu uma mão embaixo de si, uma mão contra a qual podia se roçar. Quis atirar-se sobre a mão até que esta a fizesse gozar, mas também queria prolongar o prazer. E parou de se mexer. A mão perseguiu-a. Ela levantou-se, e a mão novamente dirigiu-se a seu sexo. Então ela viu Bijou postada contra as suas costas, ofegante. Sentiu os seios pontudos, o roçar dos pêlos púbicos de Bijou contra as suas nádegas. Bijou esfregou-se contra ela, e então deslizou para cima e para baixo, lentamente, sabendo que a fricção forçaria Elena a se virar para, desse modo sentir o atrito nos seios, sexo e barriga. Mãos, por todos os lados de uma só vez. As unhas pontudas de Leila enterraram-se na parte mais tenra do ombro de Elena, entre o seio e a axila, doendo, uma dor deliciosa, a tigresa apoderando-se dela, estraçalhando-a. O corpo de Elena ardia de modo tão abrasador que ela temeu que mais um toque detonasse a explosão. Leila sentiu isso, e elas se separaram.
Todas as três caíram sobre o divã. Pararam de se tocar e olharam uma para a outra, admirando a desordem e vendo a umidade cintilar ao longo das lindas pernas.
Mas não conseguiram manter as mãos longe uma das outras, e agora Elena e Leila atacaram Bijou juntas, decididas a arrancar dela a sensação máxima. Bijou foi cercada, envolvida, coberta, lambida, beijada, mordida, rolada novamente para cima do tapete de pele, atormentada por um milhão de mãos e línguas. Agora implorava para ser satisfeita, escancarou as pernas, tentou satisfazer a si mesma pela fricção contra os outros corpos. Elas não deixaram. Vasculharam-na com línguas e dedos, por trás e pela frente, parando as vezes para tocar a língua uma da outra — Elena e Leila, boca com boca, línguas enroscadas juntas, por cima das pernas de Bijou. Bijou erguia-se para receber o beijo que poria fim a seu suspense. Elena e Leila, esquecendo-se dela, concentram todas as sensações em suas línguas, golpeando uma à outra. Impaciente, loucamente inflamada, Bijou começou a se acariciar; então Leila e Elena empurraram sua mão para longe e caíram sobre ela. O orgasmo de Bijou veio como um tormento requintado. A cada espasmo ela se mexia como se estivesse levando uma facada. Quase gritou para que aquilo acabasse.
Sobre o corpo de bruços, Elena e Leila retomaram os beijos de língua de novo, as mãos embriagadas esquadrinhando uma a outra, penetrando em todos os lugares arrebatadamente, até Elena gritar. Os dedos de Leila haviam descoberto o ritmo dela, e Elena agarrou-se a Leila esperando prazer e romper, enquanto suas mãos tentavam dar o mesmo prazer a Leila. Tentaram gozar em sincronia, mas Elena gozou primeiro, caindo amontoada, desprendida da mão de Leila, derrubada pela violência do orgasmo. Leila caiu ao seu lado, oferecendo o sexo à boca de Elena. Quando o prazer de Elena arrefeceu, revolvendo-se embora, desvanecendo-se, ela concedeu a língua a Leila, golpeando na abertura do sexo até Leila se contrair e gemer. Ela mordeu a carne tenra de Leila. No paroxismo do prazer, Leila não sentiu os dentes cravados ali.
(...)
trecho de Delta de Venus, Anais Nin
sábado, 18 de julho de 2009
terça-feira, 14 de julho de 2009
choro
domingo, 12 de julho de 2009
red lamp
Red Lamp
Falam demais o tempo todo falam qualquer coisa, a qualquer hora, falam o tempo todo a mesma coisa enquanto bocas sobem pelos meus joelhos – sinto o hálito quente e molhado – até meus pêlos negros chacheados desgrenhados que se mostram entre pernas, entre coxas, entre lábios que falam repetições, ruídos, grunhidos, apenas conversas amanhecidas, vidas vampirizadas, cartas marcadas, clichês reciclados em cinzeiros amontoados com restos de cigarros muito bem amassados, pires manchados de café – secos – a boca seca, a boca com gosto de pau, a boca cheia de dentes brancos, a boca com a língua apontando pra mim – bem rente ao meu sexo inchado – a boca dele, a boca dela, as duas bocas na minha boca enquanto falam palavras sujas, palavras cruas, palavras sacanas – me excita o ouvido, now - Boa bUceta BUça lambuza BoaSuda cheira mostra lambe fode Mete morde mais, mais rápido, mais fundo, chupa o bico do seio rosado de cara para o teto branco com lustre de cristal e luzes vermelhas, chupa gostoso o bico moreno dele que roça no meu rosto – vai e vem, vem e vai – profundamente em mim, ventre com ventre, sopro com sopro, acho que vou gozar na boca dela – acho que já é dia lá fora – que pica bonita dentro dela, que geme, que se contorce, que estremece, que me fascina, que me tira um pouco mais de vida.
Camaleoa
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