“Suas caricias eram tão delicadas que mal a afloravam, numa
provocação fugidia que ela temia corresponder e esvanecê-las. Seus dedos
apenas a tocavam, despertavam seus sentidos e se retiravam; sua boca a
roçava e se esquivava, o rosto e o corpo se aproximavam, colavam-se a
cada membro dela e desapareciam na escuridão. Ele ia buscar cada curva,
cada ângulo onde pudesse pressionar seu corpo quente e esbelto,
aquietando-se de repente, deixando-a na expectativa. Quando tomou sua
boca, afastou-se de suas mãos; quando ela retribuiu à pressão de suas
coxas, imobilizou-se. Não deixava prolongar nenhum contato, degustando
cada toque, cada parte do seu corpo para abandoná-lo em seguida, como se
quisesse apenas inflamá-lo, esquivando-se da união final. Um
curto-circuito dilacerante, quente, trêmulo, esquivo, dos sentidos, tão
agitado e incansável quanto o comportamento dele o dia todo; e agora, à
noite, quando a luz da rua iluminava a nudez dos corpos e deixava os
olhos dele na penumbra, ela era levada a uma expectativa de prazer quase
insuportável. Ele transformara seu corpo num buquê de rosas de Sharon,
secretando pólen, prontas para o prazer.
Tão adiada, tão exasperada, a posse retribuiu a espera com um longo, prolongado êxtase penetrando fundo.”
Tão adiada, tão exasperada, a posse retribuiu a espera com um longo, prolongado êxtase penetrando fundo.”
2 comentários:
que delicia
delicia tesão
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