sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Fiz-me úmida. Fiz-me fêmea.

Era verão, madrugada,
dessas com ares de imensidão,
densa, parada.
E num momento,
sob o firmamento,
quebrei meus muros,
abri a janela,
soltei meus cabelos,
apaguei meu cigarro,
e assim meio confusa,
parei o carro e tirei minha blusa.
Bailei conforme a cadência
da canção que insistia,
e portei-me como deveria.
Levantei minha saia,
desfiz-me da calcinha,
afastei minhas pernas e meus medos,
acendi minha libido,
e brinquei com meus desejos,
imaginando tuas bobagens no ouvido.
Fiz-me úmida.
Fiz-me fêmea.
Tua lembrança intumesceu-me.
E sem cuidado ou pudor,
acariciei-me o sexo, a boca,
invadi-me do teu amor,
e toquei-me como louca.
Divaguei em teu cheiro,
intimando-me com o meu prazer.
Amiguei-me com meus dedos,
e gritei todos os meus segredos,
derramando meu líquido e meu tesão,
perfumando-me a alma,
abrindo-me o coração.
Deitei o banco do carro,
e amei-me ali...
Agora acendo outro cigarro,
e o que me resta,
é tudo o que senti:
seu sussurro imaginado,
minha vida em festa,
e meu orgasmo saciado,
que entrego a ti.

Elise

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