A fome de ti é tanta, amor,
e te mastigo tanto enquanto respiro,
que da solidez dentre as pernas tuas
ao vácuo dentre as pernas minhas,
-entre vens e vãos-
te como,
te sorvo,
engulo,
suspiro.
E por tanto querer-te assim, amor,
meu paladar só de ti se impregna,
tanto, que do mel da arvore tua,
tanto, que do fel da seiva minha,
-entre falos e lábios-
te beijo,
te sugo,
salivo,
deliro.
Morde-me a carne, a pétala, a alma,
lambo-te a pele, o caule, a calma,
delícia entre dentes, entre lábios, entrelinhas...
tuas cores, meus aromas, teus sabores,
sal no corpo... suores...
(con)sumo de ti em mim.
Ah, faminta e esfomeada fantasia,
meu des(a)tino é devorar-te
por entre toda essa poesia
Elise
http://ascartasdeelise.zip.net/
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