sexta-feira, 13 de junho de 2008
" Seus olhos"
Quando nos deitávamos na cama era fresca, mas depois tornava-se quente e febril. Os seus olhos... É impossível descrever os seus olhos, a não ser dizendo que eram os olhos de um orgasmo. O que lhe acontecia constantemente nos olhos era algo de tão febril, tão incendiário, tão intenso, que por vezes quando olhava directamente para ela e sentia o meu pénis erguer-se e palpitar, sentia também como se algo estivesse a palpitar nos olhos dela. Só com os olhos dela era capaz de dar essa resposta, essa resposta absolutamente erótica como se ondas febris estivessem a tremer naqueles lagos de loucura... Algo de devorador, capaz de lamber um homem de uma ponta à outra como uma chama, aniquilá-lo, com um prazer nunca antes conhecido.
Anaïs Nin in Passarinhos
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