quarta-feira, 9 de julho de 2008

XV ( Eras virgem )

Entre as duas nádegas
o (cú)pávido sulco
tem aroma de áfricas
e de uvas de Outubro

Dirias que fora
um silvo (grito)de morte
a penetrar toda
a nocturna flora

até hoje(virgem ) intacta
que ainda aí tinhas
Respira Não fales
Murmura Não grites

Que travo de aromas
Que túnel escuro
Que paz no que sofres
Por mais uns minutos

O pescoço vergas
submissa e frágil
tal o de uma égua
que vai beber água

mas encontra a lua
E junto da cama
a rosa viúva (a buceta)
( molhada)com lágrimas brancas

já pede a meus dedos
sacudido apoio
para a viuvez
em que a deixo hoje

Muito mais a norte
os queixumes calas
E nem gemes Gozas
enquanto te invade

O suco da vara
vertido no sulco
Vê como foi fácil
Respira mais fundo



David Mourão Ferreira

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