sábado, 26 de abril de 2008

teu veneno em minha pele,



E então, vais?

Mas aí eu quero mais,

teu veneno em minha pele,

meu seio na tua mão,

teu peito, meu coração,

pulsando o amor que se (re)faz.

Quero fome, desespero,

entrevero de paixão,

sexo tenso, violento,

sob teu corpo em exaustão,

que de mim se faz sedento.

Sob a ira do desejo,

sob o ensejo dessa pira,

ah, fogo que me afasta as pernas,

buscando minhas cisternas;

essa cobiça da tua boca,

língua louca que me atiça,

me faz plena, absoluta,

fêmea, mulher, santa, puta,

úmida e intumescida,

doce e enlouquecida;

e eu arqueio, unho tuas costas,

geme, diz se gostas,

diz, diz sim e eu deliro,

grito e calo, tremo, respiro,

transpiro e relaxo,

te abraço, em ti me encaixo,

morro, e eu sei bem porque

: teu abraço é minha rede,

tua boca é minha fonte,

teu olhar, meu horizonte,

meu oásis, miragem...

Sem você, sou estiagem,

sou vazia, à mercê;

meu corpo é pura sede,

é deserto sem você.

Elise

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