quarta-feira, 23 de abril de 2008

na estrada




“tira tudo. já.” ele manda e ela, sem pestanejar, obedece. dentro do carro, em movimento, na cidade, ela se despe: a calça, os sapatos, a blusa. a calcinha fica, como última provocação. “eu mandei tirar tudo.” nem um olhar dele, mas ela geme de prazer por ser mandada e tira a calcinha preguiçosamente, sentindo medo dos vidros, do ar noturno, dele. um prazer crescente a consome a cada quilômetro nua no banco do carro. “eu quero te ver gozar, putinha”, ele diz sem desviar os olhos da estrada. as costas, a bunda, suas pernas sentem-se acariciadas pelo banco do carro, pelo leve tremor do motor, da estrada. mas ela é obediente e abre as pernas sentindo o vento frio; toca-se de leve com as duas mãos, sussurra coisas, palavras abafadas para si mesma, perde-se no prazer misto de explorar seu corpo acompanhada de ordens e olhares furtivos. seu cheiro invade as mãos e o carro, ela sente calor. ele a fareja e sua mão direita procura pelas mãos dela, os dedos mergulham na pele, calor, umidade; ele lambe os dedos e ela sente mais que vê o desejo e instinto. de olhos fechados, ela esquece do frio e do calor, do medo, concentra-se nas ordens, nos dedos, no olhar dele. derrama-se pelo banco, pede pra gozar, por favor, e ele sorri. “goza pra mim. agora.” Ela se dissolve em dedos e ais, no cheiro da noite e dela, no desejo dele e, exausta, pede mais.


lorelei

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