terça-feira, 20 de maio de 2008

DELÍRIO


É o meu mel
que eu cheiro na tua boca

É no teu pénis
que eu bebo a sede toda

Nos meus lábios abertos
que me vencem
eu nado devagar sem ter vergonha

É a lagoa - eu digo
de veludo

É o grito - eu sei
na raiva solta

É a proa do prazer
sobre o lençol
onde mais tarde vai rebentar a onda

Secreto é o ruído
dos corpos
no combate
Os elmos já depostos pelo chão
caídas as viseiras e as máscaras
o vestido misturado à armação

São fulvos os cavalos
com as patas cor do pó
tropeçando na paz adormecida

Eu levo a bandeira
do orgasmo
E "para tão grande amor é curta a vida"



Maria Teresa Horta

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