segunda-feira, 18 de março de 2013

estupro

"Caminhando em direção ao Montparnasse, resolvi seguir ao léu, não resistir em nada ao destino, não importa como se me apresentasse. Até então, nada do que tinha acontecido comigo conseguira me destruir nem nada fora destruído, exceto minhas ilusões. Eu estava intacto. O mundo estava intacto. Amanhã podia haver uma revolução, uma epidemia, um terremoto; amanhã podia não sobrar uma só alma na qual alguém pudesse encontrar solidariedade, ajuda, fé. Eu achava que a grande calamidade já se mostrara, e eu não podia ser mais verdadeiramente só do que naquele exato momento. Resolvi não me apegar a nada, não esperar nada, dali por diante eu viveria como um animal, uma fera carnívora, um nômade, uma ave de rapina. Mesmo se fosse declarada a guerra e eu tivesse de participar, pegaria a baioneta e a enterraria até o cabo. E se estupro fosse a ordem do dia, então que houvesse estupro, e com vingança. Naquele exato momento, no calmo amanhecer de um novo dia, o mundo não estava atordoado de crime e aflição? Será que um só elemento da natureza humana mudou, profunda e fundamentalmente, graças à marcha incessante da história? O fato é que o homem foi traído pelo que chama de melhor porção de sua natureza. Nos limites extremos de seu espírito, o homem está de novo nu como um selvagem. Ao encontrar Deus, digamos assim, está bem vestido: é um esqueleto. É preciso enfiar-se na vida outra vez para ter carne. O verbo tem que se fazer carne; a alma está sedenta. Toda migalha que meus olhos virem, vou pegar e devorar. Se o que está acima de tudo é viver, então vou viver, mesmo se tiver de virar canibal. Até onde estou, tentei salvar minha preciosa pele, tentando preservar os poucos pedaços de carne que escondem meus ossos. Estou cheio disso. Cheguei ao limite. Estou com as costas na parede, não posso recuar mais. Até onde vai a história, estou morto. Se houver alguma coisa além, terei de saltar para trás. Encontrei Deus, mas ele é insuficiente. Estou morto apenas espiritualmente. Fisicamente, estou vivo. Moralmente, sou livre. O mundo de onde saí é uma jaula. Amanhece um novo mundo, um mundo de selva onde os espíritos descarnados rondam com garras afiadas. Se sou uma hiena, sou descarnada e esfomeada: sigo em frente para engordar."



Trópico de Câncer,      Henry Milller

2 comentários:

Anônimo disse...

tenho um conto publicado e nao sei como publicar neste blog. o que faço, sou o Lathea, meu conto; canoa quando a lingua passeia da buceta ao cu.
latheaguit@hotmail.com

Anônimo disse...

Besuntona

A buceta mágica
mijou na pica
irritou o pau
bufunfou o saco escrotal
A buceta com seus lábios
enterrou fundo
buraco abrindo túnel
A buceta com seus bifes
bateu punheta
besuntou o pau
das claras em neve
escorreu seu canal
A buceta chorou
o corpo do clitóris
os lábios menores
trasbordou o balde
A buceta escorregando
deslizando tanto
esfolando
espremendo
funilando
acabou gozando
A buceta e o clitóris
chup chup ploc ploc
foi por cima do muro
balançando o colosso
o pênis já meio torto
A buceta
sugando glande
escavando uretra
balançando a perereca
A buceta
molhadinha
abertinha
quietinha
só abrindo passagem
pro pau entrar na garagem
Minou feita melancia
água descia
feito bica da pia
A buceta
que coisa faceira
foi tão boa à receita
que comi feito um besta
Buceta
linda se enfeita
contorno azeita
onde o pau se ajeita
Buceta gostosa
engole jeba na crosta
não deixa escapar
Coisa mais linda
depois de deitar
fuder essa cona
a luz do luar

Ass, Golon Byron