quarta-feira, 29 de outubro de 2008

delicia....

Carta do desejo


















Meu Amor,
E quando você me toca, minha pele foge de mim, subo montanhas, sou desejo escorrendo pela cama, pelos lençóis...Nós somos sedução...
Tua mão viaja pelas minhas pernas, encanta meus sentidos e nada mais sou que sussurros e gemidos...Enlouqueço, enfraqueço, esqueço de mim, o que devo ser e não sou, e me perdôo...
Alço vôos...Levito junto contigo...Viajamos...Sou um novo país... Você beija minhas ribeiras, meus riachos,minhas cachoeiras e sempre te acho em meus abismos, em minhas profundas cavernas...Hibernas em mim, tão dentro de mim...Tuas mãos, tua boca, tua vida.
Tudo some, dilue, o desejo flue...Maravilhas são os cheiros...Perfume de amor...Sou algo entre o abismo e uma flor e quando páras é a minha vez de te dar beijos de mel, carícias de seda,gozo e delicada beleza...
( continua )







O encanto sempre é grande, sempre é magnífico...Fico deitada namorando teus cabelos, teus dedos, tuas costas e tudo que meus olhos querem só para si. Passeio pela tua barriga, pelas tuas perfeitas (im)perfeições e incendeio...Meu seio é passarinho e pousa na tua boca e de repente, eu louca deixo meus cabelos nas tuas mãos e o meu coração no teu sexo. Fico sem nexo, sem chão...No colchão, vejo a vida com muito mais intensidade...Cravo meus dentes no teu pescoço, cravo minhas unhas nas tuas costas e sou fruta aberta, delícia para teus olhos...Delícia para te fazer arder...E quando tudo parece que termina, queimo um pouco mais você...De novo...não pára não...não pára não...Nosso desejo fala, nada mais importa nesse momento porque tudo se cala, tudo silencia para escutar o nosso prazer.

Karla Bardanza

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Anaïs Nin - Prefácio de Delta de Vénus






Abril, 1940

Um coleccionador de livros ofereceu cem dólares por mês a Henry Miller para que ele escrevesse histórias eróticas. Pareceu-me um castigo dantesco condenar Henry a escrever erótica a um dólar por página. Ele revoltou-se porque o seu sentimento era o oposto de um Rabelais. Escrever por encomenda era uma ocupação castrante e escrever com um voyeur a espreitar pelo buraco da fechadura tirava toda a espontaneidade e prazer das suas aventuras.

Dezembro, 1940

Henry contou-me acerca do coleccionador. Por vezes almoçavam juntos. O coleccionador comprou um manuscrito a Henry e sugeriu-lhe que escrevesse para um dos seus antigos e abastados clientes. Ele não podia dizer muito acerca do seu cliente excepto que estava interessado em erótica.

Henry começou a escrever alegremente, na brincadeira. Inventou histórias malucas que o faziam rir. Encarou a tarefa como uma experiência e, de início, parecia fácil mas ao fim de algum tempo a experiência abateu-se sobre ele. Não desejava tocar em nenhum do material que tinha reservado para o seu trabalho sério e assim ficou condenado a forçar as suas invenções e a sua disposição.

Nunca recebeu uma palavra de reconhecimento do seu estranho patrono. Podia ser natural que não desejasse revelar a sua identidade mas Henry começou a provocar o coleccionador. Este patrono existia de facto? Estas páginas eram para o próprio coleccionador para temperar a sua própria vida melancólica? Seriam o coleccionador e o patrono uma e a mesma pessoa? Henry e eu discutimos isto longamente, simultaneamente confusos e divertidos.

por esta altura, o coleccionador anúncio que o seu cliente viria a Nova Iorque e que Henry se encontraria com ele. Mas, de alguma forma, este encontro acabou por nunca se concretizar. O coleccionador era generoso em descrições sobre como enviava os manuscritos por correio aéreo, quanto custavam os envios, pequenos detalhes com a intenção de acrescentar realismo às pretensões que ele fazia acerca da existência do seu cliente.

Um dia ele quis uma cópia de «Black Spring» com uma dedicatória. Henry disse-lhe:
- "Mas eu pensava que me tinha dito que ele já possuía edições assinadas de todos os meus livros".
- "Ele perdeu a cópia de «Black Spring»."
- "A quem devo dedicá-la?" - perguntou Henry inocentemente.
- "Escreva apenas «a um bom amigo» e assine o seu nome".

Algumas semanas depois Henry precisou de uma cópia de «Black Spring» e não encontrou nenhuma. Decidiu pedir emprestada a cópia do coleccionador e dirigiu-se ao seu escritório. O secretário pediu-lhe para esperar. Começou a passar os olhos pelos livros que estavam nas prateleiras. Viu uma cópia de «Black Spring». Retirou-a. Era aquela que ele havia dedicado "a um bom amigo".

Quando o coleccionador apareceu, Henry mencionou este facto, rindo-se. Igualmente de bom humor o coleccionador explicou:
- "Oh, sim! O velhote ficou tão impaciente que lhe mandei a minha cópia enquanto esperava que assinasse esta. Tenho a intenção de trocar as cópias quando ele voltar a Nova Iorque".

Henry disse-me quando nos encontrámos:
- "Estou mais estupefacto que nunca".

Quando Henry perguntou qual estava a ser a reacção do seu patrono à sua escrita a resposta foi:
- "Oh, ele gosta de tudo. É tudo maravilhoso mas ele prefere a narrativa, apenas o contar da história. Nada de análises, nada de filosofia".

Quando Henry precisou de dinheiro para as suas despesas de viagem sugeriu-me que eu escrevesse. Senti que não queria dar nada de genuíno e decidi criar uma mistura de histórias que tinha ouvido e invenções, fazendo de conta que eram do diário de uma mulher. Nunca cheguei a conhecer o coleccionador. Ele deveria ler as minhas páginas e dizer-me o que pensava. Hoje recebi um telefonema. Uma voz disse:
- "Está bom mas deixe de lado as descrições e as poesias de tudo o que não seja sexo. Concentre-se no sexo".

Assim, comecei a escrever de forma falaciosa, tornei-me mais grotesca, inventiva e tão exagerada que pensei que ele percebesse que estava a caricaturizar a sexualidade. Mas não houve nenhum protesto. Passei dias na biblioteca a estudar o "Kama Sutra" e ouvi as aventuras mais extremas de amigos.

- "Menos poesia" - disse a voz pelo telefone. "Seja específica".

Mas alguma vez alguém tirou prazer de ler uma descrição clínica? O velhote não saberia como as palavras carregam consigo as cores e os sons para a carne?

Todas as manhãs, depois do pequeno-almoço me sentava e escrevia a minha porção de erótica. Uma manhã escrevi "Havia um aventureiro húngaro..." e dei-lhe muitas vantagens: beleza, elegância, graça, charme, os talentos de um actor, conhecimentos de muitas línguas, um dom para a intriga e para sair de dificuldades e um dom para evitar a permanência e a responsabilidade.

Outra chamada telefónica:
- "O velhote está satisfeito. Concentre-se no sexo. deixe de lado a poesia".

Isto foi o início de uma epidemia de "diários" eróticos. Toda a gente escrevia as suas experiências sexuais. Inventadas, ouvidas, investigadas no Krafft-Ebing e livros clínicos. Tínhamos conversas cómicas. Contávamos uma história e os restantes de nós tinham que decidir se era verdadeira ou não. Ou plausível. Seria isto plausível? Robert Duncan ofereceria-se para experimentar, para testar as nossas invenções, confirmar ou negar as nossas fantasias. Todos nós precisávamos de dinheiro e assim juntámos as nossas histórias.

Eu tinha a certeza de que o velhote não sabia nada sobre as beatitudes, os êxtases, as fantásticas reverberações dos encontros sexuais. Deixe de lado a poesia era sua mensagem. Sexo clínico, despido de todo o calor do amor - a orquestração de todos os sentidos, toque, audição, olhar, palato; todos os acompanhamentos eufóricos, a música de fundo, os estados de alma, atmosfera, variações - forçavam-no a recorrer a afrodisíacos literários.

Poderíamos ter forjado melhores segredos para lhe contar, mas ele seria surdo a tais segredos. Porém, um dia, quando ele se saturasse dir-lhe-ia como ele quase nos fez perder o interesse na paixão, devido à sua obsessão com gestos esvaziados das suas emoções e como o tínhamos vituperado porque ele quase nos tinha feito tomar votos de castidade porque aquilo que ele tinha desejado que exluíssemos era o nosso próprio afrodisíaco-poesia.

Recebi cem dólares pela minha erótica. Gonzalo precisava de dinheiro para o dentista, Helba de um espelho para a sua dança e Henry dinheiro para a sua viagem. Gonzalo contou-me a história do Basco e Bijou e eu escrevia-a para o coleccionador.

Fevereiro, 1941

A conta telefónica estava por pagar. A teia das dificuldades económicas estava a fechar-se sobre mim. Toda a gente à minha volta irresponsável, insconsciente do afundar do barco. Escrevi trinta páginas de erótica.

Novamente acordei para a consciência de estar sem um cêntimo e telefonei ao coleccionador. O seu cliente rico tinha-lhe dito alguma coisa acerca do último manuscrito que lhe tinha enviado? Não, ele não tinha, mas ele ficaria com o último que havia escrito e pagar-me-ia por ele. Henry precisava de ir ao médico. Gonzalo precisava de óculos. Robert apareceu com B. e pediu-me dinheiro para ir ao cinema. Os restos da janela cairam sobre o papel e o meu trabalho. Robert apareceu e levou a minha caixa de papel de escrita. O velhote não estaria já cansado de pornografia? Não se daria um milagre? Comecei a imaginá-lo a dizer "Dêem-me tudo o que ela escreve, quero tudo, gosto de tudo. Vou mandar-lhe um grande presente, um grande cheque por todo o trabalho que ela teve".

A minha máquina de escrever estava estragada. Com cem dólares no meu bolso recuperei o meu optismo. Disse a Henry:
- "O coleccionador diz que gosta de mulheres simples e não intelectuais, mas convidou-me para jantar".

Tinha um pressentimento que a caixa de Pandora continha os mistérios da sensualidade feminina, tão diferente da do homem e para a qual a linguagem do homem era inadequada. A linguagem do sexo ainda teria que ser inventada. A linguagem dos sentidos ainda tinha que ser explorada. D. H. Lawrence começou a dar uma linguagem ao instinto, ele tentou escapar ao clínico, ao científico, que apenas capturam o que o corpo sente.

Outubro, 1941

Quando Henry regressou fez uma série de afirmações contraditórias. Que ele conseguia viver de nada, que se sentia tão bem que até podia arranjar um emprego, que a sua integridade o impedia de escrever cenários em Hollywood, até que, por fim, eu disse:
- "E que tal sobre a integridade de escrever erótica a troco de dinheiro?"

Henry riu, admitiu o paradoxo, as contradições. Riu e deixou o assunto.

A França teve uma tradição de escrita erótica num estilo fino e elegante. Quando comecei a escrever para o coleccionador pensei que haveria uma tradição semelhante aqui mas não encontrei mesmo nenhuma. Tudo o que vi era inferior, escrito por escritores de segunda. Nenhum bom escritor havia sequer tentado erótica.

Disse a George Barker como Caresse Crosby, Robert, Virginia Admiral e outros estavam a escrever. Apelou ao seu sentido de humor a ideia de eu ser a "madame" desta snob casa de prostituição literária, da qual a vulgaridade era excluída. Rindo, disse-lhe:
- "Eu forneço o papel e o quimico, entrego o manuscrito anonimamente, protejo o anonimato de toda a gente".
George Barker achou que isto era muito mais humorado e inspirador que mendigar, pedir emprestado ou pedinchar refeições aos amigos. Juntei poetas à minha volta e todos nós escrevemos erótica linda. Como estávamos condenados a concentrarmo-nos apenas na sensualidade tínhamos violentas explosições de poesia. Escrever erótica passou a ser um caminho para a santidade em vez de ser um caminho para o deboche. Harvey Breit, Robert Duncan, George Barker, Caresse Crosby, todos concentrámos de tal forma os nossos esforços num tour de force (em francês no original), fornecendo ao velhote uma abundância de momentos de felicidade perversos, que agora ela suplicava por mais.

Os homossexuais escreviam como se fossem mulheres. Os tímidos escreviam acerca de orgias. As frígidas sobre satisfações alucinadas. Os mais poéticos condescendiam em bestialidade pura e os mais puros em perversões. Estávamos assombrados pelos maravilhosos contos que não conseguíamos contar. Sentávamo-nos, imaginávamos como sria o velhote, falávamos de como o odiávamos por ele não nos permitir uma fusão entre sexualidade e sentimento, sensualidade e emoção.

Dezembro, 1941

George Barker era muito pobre. Ele queria escrever mais erótica. Escreveu oitenta e cinco páginas. O coleccionador achou-as demasiado surreais. Eu adorei-as. As suas cenas de amor eram loucas e fantásticas. Amor entre trapézios.
Gastou o seu primeiro dinheiro em bebida e eu não lhe podia emprestar mais nada para além de mais papel e mais papel-quimico. George Barker, o excelente poeta inglês, escrevendo erótica para beber, tal como Utrillo pintou quadros em troca de garrafas de vinho. Comecei a pensar no velho que todos detestávamos. Decidi escrever-lhe, dirigir-me a ele directamente, contar-lhe sobre o que sentíamos.

"Caro coleccionador, odiamo-lo. O sexo perde todo o seu poder e magia quando se torna explícito, mecânico, repetitivo, quando se torna numa obsessão mecânica. Torna-se uma seca. Ensinou-nos mais do que qualquer outra pessoa que conheça, como é errado não o misturar com emoção, fome, desejo, luxúria, tiques, caprichos, personalidades, relações mais fundas que mudam a sua cor, sabor, ritmos e intensidades.
Você não sabe o que perde por causa do seu exame microscópico da actividade sexual excluída dos aspectos que são o combustível que produzem a ignição. Intelectual, imaginativo, romântico, emocional. É isto que dá ao sexo as suas texturas surpreendentes, as suas transformações subtis, os seus elementos afrodisíacos. Você está a limitar o seu mundo de sensações. Está a destruí-lo, a matá-lo à fome, a drenar o seu sangue.
Se você alimentar a sua vida sexual com todas as excitações e aventuras que o amor injecta na sensualidade, você seria o homem mais potente do mundo. A fonte da potência sexual é a curiosidade, a paixão. Você está a ver a sua pequena chama morrer de asfixia. O sexo não se alimenta de monotonia. Sem sentimento, invenções, estados de alma, sem surpresas na cama. O sexo deve andar misturado com lágrimas, gargalhadas, palavras, promessas, cenas, ciúme, inveja, , todas as especiarias do medo, de uma viagem ao estrangeiro, novas faces, romances, histórias, sonhos, fantasias, música, dança, ópio, vinho.
Quanto você perde por causa desse periscópio na ponta do seu sexo, quando podia ter um harém de maravilhas diferentes, nunca repetidas! Não existem dois fios de cabelo iguais, mas você não nos deixa gastar palavras para descrever o cabelo. Não há dois odores iguais, mas se nos expandimos nisso você grita-nos "Cortem a poesia!" Não há duas peles com a mesma textura e nunca a mesma luz, temperatura, sombras, nunca o mesmo gesto. Um amante, quando é excitado por amor verdadeiro, pode percorrer toda a gama de séculos de conhecimento sobre o amor. Que extensão, que mudanças de idade, que variações de maturidade e inocência, perversidade e arte...
Sentámo-nos durante horas perguntando-nos como seria o seu aspecto. Se você fechou os seus sentidos à seda, luz, cores, odores, carácter, temperamento, por esta altura já deve ter mirrado por completo. Há tantos sentidos menores, todos correndo, como tributários do curso principal do sexo, alimentando-o. Apenas o batimento em uníssono do sexo e do coração pode criar extâse".

POST-SCRIPTUM

Na altura em que escrevíamos erótica a um dólar por página apercebi-me que, durante séculos, só havíamos tido um modelo para este género literário: a escrita dos homens. Já estava consciente de uma diferença entre o tratamento masculino e feminino da experiência sexual. Sabia que havia uma grande disparidade entre a explicitude de Henry Miller e as minhas ambiguidades entre os seus humores e a visão Rabelaisiana do sexo e as minhas descrições poéticas do sexo nas porções não publicadas do diário. Como escrevi no "Volume III" do "Diário", tinham um pressentimento que a caixa de Pandora continha os mistérios da sensualidade feminina, tão diferente do homem e para a qual a linguagem do homem era inadequada.

As mulheres, pensava eu, estavam mais aptas a fundir sexo com emoção, com o amor, e a preferirem um homem em vez de serem promíscuas. Isto tornou-se aparente para mim á medida que escrevia os contos e o "Diário", e vi-o mais claramente ainda depois de começar a leccionar. Mas, apesar de a atitude das mulheres em relação ao sexo fosse bastante distinta da dos homens, ainda não tínhamos aprendido a escrever sobre ela.

No género erótico escrevia para entreter, sob pressão de um cliente que desejava que eu "deixasse de lado a poesia". Eu acreditei que o meu estilo derivava da leitura de obras escritas por homens. Por esta razão durante muito tempo senti que havia comprometido o meu eu feminino. Pus o género erótico de lado. Relendo-o após todos estes anos vejo que a minha própria voz não fôra totalmente suprimida. Em numerosas passagens estava intuitivamente a usar uma linguagem feminina, a ver a experiência sexual a partir de um ponto de vista feminino. Finalmente decidi enviar a minha escrita erótica para publicação porque mostra os primeiros esforços de uma mulher num mundo que havia sido o domínio dos homens.

Se a versão integral do "Diário" fôr algum dia publicada, este ponto de vista feminino será estabelecido de forma mais clara. Mostrará que as mulheres (e eu, no "Diário") nunca separaram sexo do sentimento, do amor do Homem completo.

Anais Nin

Los Angeles

Setembro, 1976"

tradução do original: Paulo J. Lourenço

vulnerável

«Só agora Elena percebia porque é que certos maridos espanhóis se recusavam a iniciar suas mulheres em todas as subtilezas do acto de amor - para escaparem ao risco de lhes despertar paixões insaciáveis. Em vez de se sentir apaziguada, saciada pelo amor de Pierre, Elena sentia-se ainda mais vulnerável. Quanto mais desejava Pierre, mais desejo tinha de outros amores.»

Anaïs Nin, Delta de Vénus,

sábado, 25 de outubro de 2008

Instinto








"...Quando pensa em me comer
Confessa, sei que pensa
Como imagina a coisa toda?
Sei que não pode responder, então, basta pensar
Você quer mamãe-papai? Você em cima?? ou eu em cima?
Quer por trás? De joelhos? Meu rosto no travesseiro?
Quer me encher de porrada? Só um pouquinho?
Não muito forte... ou um pouco mais forte?
Quer gozar na minha boca?
E se eu contasse que me masturbo pensando em você,
masturbo pensando em você fazendo a si mesmo gozar..."


Maria Quitéria

“Delta de Vênus " trecho 03












"Pela primeira vez, a fome que estivera na superfície da pele dela, como uma irritação, recuou para uma parte mais profunda do corpo. Recuou e se multiplicou, e tornou-se um núcleo de fogo que esperava para explodir no tempo e no ritmo dele. O toque dele era como uma dança na qual os dois corpos transformavam-se e deformavam-se em novas formas, novos arranjos, novos modelos. Em um momento estavam acoplados como gêmeos, encaixados como colheres, o pênis contra o traseiro dela, os seios ondulando como ondas sob as mãos dele, dolorosamente despertos, conscientes, sensíveis. A seguir ele estava agachado como um grande leão sobre o corpo de Louise, que estava de bruços com os dois punhos embaixo de si para erguer-se até o pênis. Ele entrou pela primeira vez e preencheu-a como ninguém jamais havia feito, tocando as profundezas do ventre" .


(Anais Nin, em “Delta de Vênus: Histórias Eróticas”)

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

arrombar cuzinho







Sentamos no mesmo sofá, conversamos, ele queria saber mais da minha vida, comecei tentando resumir minha estória, mas não conseguia tirar os olhos daquela boca, (lábios não muito grossos, mas de uma sensualidade), a medida que ele falava eu ficava vidrada em seus lábios, imaginando como seria aquele beijo, como se movimentaria aquela língua, ele notando foi se aproximando mais e mais até que sua boca chegou bem perto da minha e ele disse -È ISSO QUE TU QUER - me deu um beijo quente, úmido, demorado, linguas que se encontravam demonstrando um desejo acumulado. Suas mãos ergueram meu blusão (era um dia de muito frio), depois tirou minha blusa, enquanto beijava minha boca, meu pescoço, baixou as alças de meu corpete branco e acariciou meus seios, (grandes) deu um suspiro e começou a lamber, sua lingua quente, áspera, me fazia estremecer, lambia, sugava, mordiscava e eu delirava, completamente entregue àquele homem. Minhas mãos percorriam seu corpo, e tirei seu blusão e sua camiseta, ele tinha ombros fortes, peito lisinho, barriga durinha, uma DE-LÌ-CI-A, abri sua calça equanto ele seguia sugando meus seios, acariciei seu membro ainda sob a cueca, estava muito duro e a imagem do que aconteceria depois me deixou ainda mais molhada. Ele levantou -se e baixei sua calça, sua cueca, seu pau duro saltou no meu rosto, não pude resistir, abri a boca e passei a ponta da minha língua na cabecinha, ele deu um gemido e comecei a passar a língua pelas bolas (lisinhas) alisava, lambia, chupava, comecei a subir pelo pau que latejava de tesão, minhas mãos seguravam aquelas bolas cheias de leite quente que tanto adoro, enquanto minha boca subia a descia por aquele pau duro, minha língua se movia ora rapida, ora lentamente envolvendo todo o membro, sugava e passava os dentes de leve na cabecinha, a ponta da minha língua naquele furinho na ponta do pau como que tentando penetrar por ali, nossa, eu sentia que estava cada vez mais molhada. Suguei muito, comprimia o pau na minha boca com vontade e delicadeza ao mesmo tempo. Podia ver em seu rosto o intenso prazer que sentia quando ele disse pra eu parar. Fez com que eu me levantasse, tirou minha calça, meu sapato, minha meia calça, e terminou de baixar meu corpete, fez com eu sentasse novamente e abriu minhas pernas, eu estava muito excitada e a proximidade de sua boca me fez soltar um gemido baixo. Senti sua língua na pontinha do meu grelinho, meu corpo se arrepiou por inteiro, um frio percorreu minha espinha e gemi tão intensamente quanto era meu gozo. Vendo o prazer em meu rosto ele sugou ainda mais, sua língua alisava meu grelinho e acariciava meu buraquinho, me invadia intensamente e eu gozava na mesma intensidade. Me contorcia no sofá, minha bucetinha escorria de tanto gozar, e ele me chupava cada vez mais. Derepente senti que sua boca havia se afastado, ele me olhava e pude sentir uma certa maldade em seu olhar. Me deu um beijo com força, pude sentir meu gosto quente em sua boca. Chegou perto de meu ouvido e falou baixinho -FICA DE QUATRO- , sendo esta a posição que mais gosto atendi prontamente. Fiquei de 4 no sofá e podia sentir minha buceta pingando, ele passou o pau duro na minha buceta, como num reflexo empinei a bunda esperando que ele fosse meter. Qual minha surpresa, segurou meus cabelos com força fazendo com que empinasse ainda mais a bunda acariciou minha bunda e começou a lamber meu cuzinho. Minha primeira reação foi me libertar, (não curtia sexo anal, não sentia prazer nisso, não podia imaginar o que ele queria ou o que ia fazer), mas ele disse com aquela voz serena de quem sabe que está no comando -CALMA , TU VAI GOSTAR, EU SEI QUE VAI- aquela voz me hipnotizou, me acalmei, relaxei, e fiquei ali ao seu inteiro dispor pra que ele fizesse comigo o que bem quisesse.Segurou meus cabelos com força novamente, lambeu mais avidamente meu cuzinho fazendo com que sua língua me penetrasse, senti um tesão que eu desconhecia comecei a gemer mas nao mais tentava me libertar, meus gemidos indicavam aceitação, submissão áquele prazer , áquele homem.Ele lambia meu cuzinho e dizia -QUE DELICIA, QUE APERTADINHO- essas palavras me deixavam ainda com mais tesão.Ele começou a enfiar a cabecinha do pau duro no meu cuzinho, senti uma pressão, uma dor, gemi mais alto, tentei novamente me libertar, ele puxou meus cabelos e enfiou mais, disse -EMPINA A BUNDA- a dor tinha dado lugar a um prazer intenso e ele enfiava cada vez mais aquele pau duro, meteu todo , eu podia sentir suas bolas na minha buceta, um extase tomou conta de meu corpo de tal maneira que eu nunca tinha sentido antes. Meus gemidos ficaram mais fortes, mais altos, na mesma medida que meu gozo se aproximava, ele metia mais rápido, mais forte a medida que percebia meu prazer dizia´-GOZA DELICIA, GOZA NESSE PAU QUE TA COMENDO TEUU CUZINHO, GOZA - gozei intensamente, meus gemidos se transformaram em gritos abafados pude sentir meu cuzinho piscando naquele pau duro. Ele disse -VEM CÀ QUERO GOZAR NA TUA BOCA- engoli gulosa aquele pau duro , latejando de tesão em poucos intantes que eu chupava senti aquele jato quente e minha boca cheia de porra deliciosa, engoli tudinho, suguei até a última gotinha e ele contiuava lá duro querendo mais. -VIRA- obedeci e me coloquei de 4 novamente ele meteu agora todo o pau no meu cuzinho em uma estocada só, senti um misto de dor e prazer, mas o prazer era muito mais intenso e gozei denovo, ele bombou até nao aguentar mais. Ele foi pro banho, me vesti e saimos dali com a certeza de que os riscos tinham sido compensados por um imenso prazer.
Assim eu aprendi como é gostoso dar o cuzinho, e sempre que possível encontro meu delicioso professor.


colaboração Marcia, marcia_tigreza@hotmail.com

terça-feira, 21 de outubro de 2008

É melhor não..







..mas que se foda. Já estavas teso que chegasse sentado comigo numa mesinha num canto no centro comercial, e eu, generosa como sou, nao te ia deixar ficar ali assim, desconsolado.. Sentei.me no teu colo, começei a roçar.me a ti sem ninguem notar.. Comecei a provocar.te ao fazer pressao no teu caralho, fazendo com que ficasses mais duro e com mais tesao.. Sentei.me na cadeira ao lado e desapertei.te as calças.. Sem ninguem ver, pus o teu caralho já tao teso de fora e toquei.te uma, ali mesmo.. Enclinei.me e dei.te uma daquelas lambidelas rapidas e vieste.te.. Fechas.te os olhos, sem gemer, firme.. Ninguem notou, eu gostei, tu gostaste, e acabamos por ir dar uma volta, como se nada fosse. Mas claro q sei que querias mais.. E nao acabou por ali. Depois de um bom bocado, acabamos nos provadores de uma loja.. Despiste.me, lambeste.me as mamas e suspiraste, como sabes que adoro.. Viraste.me contra o espelho e começaste a passar a mao pelo meu rabinho q estava empinado pra ti. Cuspiste para a mao e passaste no caralho, que ja estava louco por me foder por trás. Roçaste.o em mim, suspiravas de tesao, e meteste.o devagarinho no meu cu pra nao me magoares, e fodeste.me.. Com movimentos rapidos e ritmados foste.me fodendo enquanto me puxavas o cabelo e me arranhavas. Tu adoras ouvir os meus gemidos de dor, que te suplique pra parar, que te diga que doi.. mas ali nao podia.. fiz o minimo barulho possivel, enquanto te satisfazias.. As tuas expressoes, o teu jeito de morder o labio, os teus suspiros de prazer, a maneira como me fodias agarrando.me nas ancas.. Abstrai.me da dor de alguns movimentos bruscos que fazias e tentei concentrar.me em ti.. Em satisfazer.te, em deixar.te louco.. E ficaste. Tiraste.o de dentro de mim e deixaste que te escorrece pela mao.. Conteste os gemidos e respiraste fundo.
-Gostaste amor?
-Ai não..
E beijaste.me enquanto nos vestiamos. Saimos como se nada fosse, ninguem deu por nada e dei.te uma tesao do caralho. Eu sei que gostas de me foder por trás, e de vez em quando nao me custa fazer um sacrificiozinho pela pessoa que me dá orgasmos fenomenais, não é? :D Isto de se fazer em sitios que nao se deve ainda nos vai dar problemas, haha ;D
Amo-te.



feelingsinblue

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

tatuagem










Num respirar mais profundo, minha boca não resiste. Aos beijos breves, macios e leves que passam a contornar os seus lábios. E ela inicia a despertar... Lentamente. Abre os olhos. E quase perco os sentidos. Ou os sinto todos, de uma vez. Não sei. Vê meu rosto e abre um sorriso. Lindo, maroto. E volta a fechá-los, os olhos. Segura minha mão e espreguiça, muito gostoso: uma gata a espreguiçar. Paro por um momento apenas para vê-la. E vira-se assim para eu conhecer melhor a outra face do corpo. E me abaixo. Sobre o vestido, longo decote, sinto meu rosto em seus mamilos. Sinto os bicos enrijecerem, provocando minha pele e meus instintos. E os descubro. Escuros, longos, pontiagudos. Pedem minha língua. E bem aos pouquinhos passam a tê-la. Sem pressa, primeiro um. Depois o outro. E começo a entender, com a boca, cada pequeno contorno a cada volta. Ela geme. Minha saliva a molhar, a tornar ainda mais deliciosa cada nova carícia. Finalmente não me contenho a experimentar o volume rijo em minha boca. As duas temperaturas se encontram. As formas se completam. Minha boca, o seio. E então desvio meu olhar para seu rosto. E ela aperta as pálpebras, apenas se entrega a sentir. Franze a testa... E, no final de um suspiro, quase ouço sua voz: “assim!”. E assim eu faço. Desde o primeiro toque sabia que essa loucura me levaria a lugares sem volta.

E me levam. Subindo pelo seu colo... O pescoço. O queixo. E nossos lábios, agora molhados, se encontram. Sinto sua respiração ofegante a esquentar minha pele. E minha língua desliza para se perder dentro de sua boca. A sensação das duas línguas se tocando é em si um êxtase. Passam a flertar uma com a outra, despretensiosamente. A namorar. A demorar-se no beijo. E quer mais: a mão em minha nuca pressiona-me mais para dentro. E a dança vai se tornando outra. Voluptuosa. Ardente. Faminta. Como nossos corpos a repetirem um com o outro a urgência de nossas bocas.

O roçar de nossas pernas... Minha perna entre as suas. O vestido subindo, e ela ajuda: levanta o corpo e com uma mão de cada lado o sobe mais, até perto da cintura. Posso então sentir seu monte lisinho... Ao nos esfregarmos. E ela já me molhando, lambuzando minha coxa. Também deve sentir minha excitação que, aliás, tomou o lugar dos meus pensamentos desde o início. Preferi não pensar. Apenas viver. Sentir.

Vou descendo pelo seu corpo... Descendo. E chego ao monte nu, absolutamente sem pelos. Visão que me atordoa. Abaixo: sua vulva, da cor dos mamilos, carnuda... Encharcada, dilatada, semi-aberta. O interior rosado. E aquele clitóris protuberante, pedindo, querendo... Ela, com os pés sobre a cama, dobra os joelhos e abre as pernas, implorando minha boca. Que não a tem. Começo a beijar-lhe a parte interior das coxas, brinco ao redor com minha língua e a sinto em delicioso desespero. Nem eu vou resistir muito mais tempo. Passo a lamber-lhe os lábios. Saber cada contorno. Minha saliva e seu líquido: uma combinação química perfeita. Sinto seu cheiro... Enfio minha língua e provo, delicioso licor. Para subir e estar às voltas, agora, com seu clitóris. Que a pontinha da minha língua toca muito suavemente para só depois começar meus carinhos, circulares, enquanto seu corpo se contorce e a respiração ofega. E continuo, continuo... Num ritmo de uma dança não combinada, mas perfeita. Longa dança, descobrindo-nos a cada passo. Dançam de forma apaixonada: seu clitóris e minha língua, tornam-se como um.

Mas eu paro. Para sua tortura e para deleitar-me num beijo mais longo em seus lábios fartos. Penetro minha língua. A umedeço ainda mais em seu próprio líquido e retorno. Seguro suas coxas... E ela me puxa pelos cabelos. Adentro. A subir e a descer o quadril, me apertando contra ela. Por vezes se solta, e então continua sozinha o movimento a minha língua. E aí não paro. Não paro mesmo. Enquanto ela suspira, geme, sussurra coisas sem nexo. E que neste momento entendo tão bem. Eu quero... Que seja intenso, forte, inevitável. Percebo suas costas levantarem-se. Apenas elas, o pescoço caindo para trás. O estremecer daquele corpo ardendo, e um grito, quase gemido. A força dos movimentos do seu corpo a me surpreender, o contraste com a aparente fragilidade. Ela parece desmaiar. E eu vagarosamente vou me aquietando. Deliciando-me junto, em cada momento. Breves eternidades. Sinto a satisfação como se aquele gozo fosse o meu. Sou eu que não consigo esconder o sorriso. E ela respira, passa as mãos por entre os próprios cabelos, o rosto. Entreabre os olhos e os fecha novamente. Desfalece. Aquele instante poderia durar a vida inteira.

Afasto-me para então deitar-me ao seu lado. Para abraçar-lhe gentilmente enquanto sinto ainda a respiração forte e a completude doce e calma de tanta loucura e desejo. Ela vira-se de costas. E eu encaixo-me perfeitamente, na mesma posição. Meu braço sobre seu braço. Meu rosto a encontrar descanso em seu pescoço. Um início tão lindo para uma manhã tão linda a nascer. E uma gostosa preguiça nos devolve um sono ainda mais pleno.

Acordo lentamente... Não sei quanto tempo se passou. Mas sinto que ainda é manhã. Final da manhã... Lembro-me de tudo agora. Abro meus olhos. Vejo frutas, vejo flores. Mas não a vejo. Em seu lugar uma rosa, intensamente vermelha. E um bilhete. Letra doce, como as mãos, como ela mesma: “Uma vez antes, apenas, senti o quanto uma mulher pode ter prazer desta forma. Ontem à noite uma desconhecida entregou-se a mim, belamente. E nesta manhã ela soube conhecer-me tão bem. Obrigada, querida. Foi inesquecível... Em mim, uma tatuagem, essa lembrança. Terna. Eterna. Em você, meu beijo. Adeus.”


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