segunda-feira, 31 de março de 2008

{ser tua presa}







Minha delícia: ser tua presa
Sentir teu corpo tão mais forte, tão maior
( tão senhor dos meus desejos
tão conhecedor dos meus caminhos
tão justo em minha frestas)
subjugue as minhas vontades
Q saiba manear meus gestos, obrigar meu corpo
Sentir-te invadir meus becos, meus cantos
minhas frestas, preencher meus vazios
abrir caminhos entre minhas carnes
extrair meus fluidos, gemidos, separar meus lábios,
te embebedar de mim
Teu jugo se inaugura sempre novo em ritual de caça e saciedade
onde me farejas, me intuis, me procuras e
me possuis, onde lambes meus dedos, arranhas minha pele
feres meus ombros, sente meu cheiro,
lambe meu sexo, penetre meus vãos
Abras as aguas de dentro de mim
imprimes em mim tua marca e
fazes que eu me saiba tua
por puro instinto

TICCIA

Sexus - trecho de - ( felicidade)





"Um pouco mais de felicidade, pensei comigo enquanto escutava as palavras do rapaz, e ele se transformaria no que se chama de um homem perigoso. Perigoso porque ser feliz o tempo todo seria atear fogo ao mundo. Fazer o mundo rir é uma coisa; torná-lo feliz é coisa muito diferente. Ninguém jamais o conseguiu. As grandes figuras, aqueles que influenciaram o mundo, para o bem ou para o mal, sempre foram figuras trágicas. Até são Francisco de Assis era um homem atormentado. E mesmo Buda, com sua obsessão por eliminar o sofrimento, não se pode dizer que tenha sido exatamente um homem feliz. Estava além disso, se preferirem: estava sereno, e quando morreu, ao que se conta, seu corpo todo fulgurava, como se a própria medula dos seus ossos estivesse em chamas."


Henry Miller

Líquida e certa




" A paixão é um rio que flui em mim. É água que não se detém diante de obstáculo nenhum. Contorna, passa por cima, desvia – mas segue.
É a paixão que abre meu corpo como se fosse a sua casa.
Você chega e ocupa cada um dos cômodos – como uma enchente.
Quando parte, me deixa líquida. "


http://duasbocas.wordpress.com/

"Inconstante"









O ímpeto de crescer e viver intensamente,
foi tão forte em mim, que não consegui resistir a ele.
Enfrentei meus sentimentos.
A vida não é racional!
É louca e cheia de mágoa.
Mas não quero viver comigo mesma.
Quero paixão, prazer, barulho, bebedeira, e todo o mal.
Quero ouvir música rouca, ver rostos, roçar em corpos,
beber um Benedictine ardente.
Quero conhecer pessoas perversas, ser íntima delas.
Quero morder a vida, e ser despedaçada por ela.
Eu estava esperando.
Esta é a hora da expansão, do viver verdadeiro.
Todo o resto foi uma preparação.
A verdade é que sou inconstante,
com estímulos sensuais em muitas direções.
Fiquei docemente adormecida por alguns séculos,
e entrei em erupção sem avisar.


Anais Nin

Sexus, trecho de

"Há um tempo em que somos tiranizados pelas idéias, em que nos transformamos em vítimas indefesas do pensamento alheio. Esta 'possessão' pelos outros sempre parece ocorrer em períodos de despersonalização, nos quais nossas identidades conflitantes desgrudam umas das outras, por assim dizem. Normalmente as idéias não nos abalam; vêm e vão, são aceitas ou rejeitadas, usadas como camisas, removidas como meias sujas. Mas nos períodos que chamamos de crises, quando o espírito perde a unidade e racha como um diamante sob golpes de marreta, essas idéias inocentes de um sonhador nos tomam de assalto, alojam-se nas reentrâncias do cérebro e por algum sutil processo de infiltração acarretam uma alteração definitiva e irrevogável da personalidade. Por fora, nenhuma grave mudança ocorre; o indivíduo afetado não assume de chofre um comportamento diferente; pelo contrário, pode até comportar-se de um modo mais 'normal' do que antes. E essa normalidade aparente vai assumindo a qualidade de um dispositivo de proteção. De uma aparência ilusória, passa à ilusão interior. A cada nova crise, porém, adquire nova consciência mais intensa de uma mudança que não é mudança, mas antes a intensificação de alguma coisa que se esconde bem no fundo de seu interior. Agora, toda vez que fecha os olhos, ele realmente consegue ver. Não enxerga mais uma máscara. Vê sem ver, para ser mais exato. A capacidade de ver sem enxergar, uma percepção fluida de tudo que é intagível: a fusão de imagem e som: o coração da teia. É aqui que brotam as personalidades distantes que fogem ao contato grosseiro com os sentidos; é aqui que os sons secundários produzidos pelo reconhecimento se entrechocam com delicadeza, resultando em harmonias claras e vibrantes. Nenhuma linguagem é empregada. nenhum contorno é delineado."


Henry Miller, Sexus, cap.9

"Curve-se

"Curve-se", ele diria, gentil, firme. Posso ouvi-lo agora - ecoando nas entranhas de meu ser."




Anais Nin

"Acontecimento"

"Sexo anal é, para mim, um acontecimento literário."




Anais Nin

Bebe o mel

Bebe o mel do meu corpo, Amada!
Vê como vivo
te contempla cheio de (desejo)
É teu, t quer, alivia..
Outro corpo não...


Bebe o mel do meu sexo, Amada!
Vê como pede a tua boca,
os seus beijos, Outros lábios, não
a tua fogosa esperta úmida doce língua!

Bebe o mel do meu sexo, Amada!
o acre mel quente que brota e
explode em ondas mornas em seiva,
sacode o nosso corpo inunda a tua boca
às golfadas de puríssimo sagrado original leite

Bebe o mel do meu sexo, Amada!
o meu sangue, todo o meu sangue, Amada!

Boca, corpo, prazer,espasmo, nasce, mel, leite,
Vida, amor, homem, mulher, gozo...


Luiz Pacheco

domingo, 30 de março de 2008

Sou mulher







Sou o que gosto e gosto disso que me consome.
Fome de ser mulher, de querer o que se quer,
de tocar a tua mais profunda e delicada pele.
Mãos a te navegar, mar para morrer e matar,
prazer a me rasgar, tua língua a me devorar...
Segredos espalhados pelo colchão.
No chão teu medo,meu pudor,vinho e uma flor...
E te bebo e sou bebida, sou loucura e vida,
e precisas e precisas de minha boca,de meus
profundos abismos, minhas profundezas a te saudar
(...)


Karla Bardanza

sábado, 29 de março de 2008

O Delta de Vénus, trecho de














"Enquanto isso as mãos dela circulavam em torno do pénis como uma aranha delicada, com as hábeis pontas de dedo que tocavam os nervos de resposta mais escondidos.
Os dedos fechavam-se lentamente sobre o pénis, primeiro afagando a carapaça de carne; depois sentindo o influxo de sangue espesso distendê-lo; sentindo o leve intumescimento dos nervos, a súbita rigidez dos músculos; sentindo como se estivessem tocando um instrumento de cordas."

Anais Nin

Delta de Vénus, trecho de








"O seu sexo mais parecia uma flor de estufa, maior que todas quantas o Barão já vira, com pelos fartos e crespos, de um negro luzidio.
Passava-lhe batom pelos lábios com tanto cuidado como o faria com a boca, até que acabaram por ficar com um ar vermelho vivo de camélias abertas à força, para pôr à mostra o botão de dentro, ainda fechado, como o olho, esse mais claro e de pele mais fina, da flor."

ANAÏS NIN

Amar-te









Amar! Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui...além...mais este e aquele,
o outro e toda a gente amar! Amar!
E não amar ninguém! Recordar?
esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender?
É mal? É bem?
Quem disserque se pode amar alguém durante a vida inteira é porque mente! Há uma primavera em cada vida: É preciso cantá-la assim florida,pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!
E se um dia hei-de ser pó,cinza e nada que seja a minha noite uma alvorada,que me saiba perder... pra me encontrar...



Florbela Espanca.

As dores do mundo







O teu olhar caiu no meu, a tua boca na minha se perdeu.
Foi tudo lindo tão lindo foi, que eu nem me lembro o que veio depois...
A tua voz, dizendo amor, foi tão bonito que o tempo ate parou.
De duas vidas, uma se fez.
E eu me senti nascendo outra vez.
E eu vou esquecer de tudo. As dores do mundo.
Não quero saber quem fui mas de quem sou.
E vou esquecer de tudo, as dores do mundo.
Só quero saber do seu, do nosso amor!



Hildon.

" Mulher" trecho





Só quero essa mulher
com todos seus desertos
onde descansar a minha pele
exausta e a minha boca sedenta
e a minha vontade faminta
e a minha urgência aflita
e a minha lágrima austera
e a minha ternura eloquente.

Sim, essa mulher que me excite
os vinte e nove sentidos
a única a saber
o que dizer
como fazer
quando parar
onde Esperar.

Essa a mulher que espero
mulherportoesquina
que desejo( ... )

mas que seja ela
aquela que seja minha
e eu seja dela
que seja eu e ela
euela eu lá nela
que sejamos ela.

E eu então terei encontrado
a mulher que não procuro
o barco, a esquina, Você.
(...)

Então nos amarraremos sem vergonha
à luz dos holofotes dos teus olhos,
e procriaremos gritos e gemidos
que iluminarão todas as esquinas.

Será o momento de dizer
achei/achamos amei/amamos
e por primeira vez vocalizar o
somos, pluralizando-nos
na emoção do encontro.

Essa a mulher (...)
Você, viu? Você



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