quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Bouganville Blues

Tão bom conversar no messenger com você, tudo tão lindo e perfeito, a gente trocando links ... filmes..., falando dos problemas, das bobagens. Me fazendo rir. Natural eu gostar de você. Natural eu querer acabar na sua cama. O problema, meu caro, é que eu não gosto de pau, nem você de buceta. Então, fica aquela coisa, de querer não querendo, que querer não podendo. E a gente se roçando na mente, porque o corpo foge, separa as coisas. Mas não quando eu fui pra sua casa, a gente bebendo vinho e ouvindo as músicas que os dois amam, mas não confessam pra ninguém, bebendo e rindo, papagaiando segredos e fazendo carinhos, aquele tesão de sexo imenso, gigante, pairando no meio da gente, fazendo vontade de um tirar a roupa do outro. E mesmo quando a gente tirou, e ficou se admirando na beleza dos corpos, a beleza das peles juntas, e mesmo quando a gente se beijou, a saliva dançando nas nossas bocas, ainda assim meu tesão não era por ti ou pelo teu pau que também estava duro. Era por outra, era por nós dois juntos e por mais nada. Gostei de te chupar e de enfiar o dedo no seu cu enquanto fazia isso, e sei que você gostou de me masturbar e de comer, mas não dava pra evitar a sensação do errado, do profano ali. Era como se eu tivesse virado hétero de novo. Era como se você tivesse virado hétero de novo. E como seria isso? Nossas vidas, nossos amigos? Nossos amores? Como meu corpo podia admitir gostar do seu pau me comendo, devagar e com jeito, depois com força e com gozo? Como o seu corpo pode admitir gostar de sentir minha buceta molhada, meu gosto que não é de porra, meu peito que não tem pêlos, meu rosto que não tem barba? Eu não gosto de pau, você não gosta de buceta. E mesmo assim, a gente se comeu a noite toda, revezando entre o riso e o gozo, entre o sono e doce respirar de depois do sexo. Pra acordar hoje de manhã assim, tão amarfanhado e confuso, cheio de carinho e repulsa por esses corpos errados na cama, por essa mente que ama e que quer, mas que deseja e precisa de outra coisa que nenhum dos dois é. Pra sair assim, de mãos dadas como dois irmãos, pelas ruas pra tomar café e ler jornal antes de ir pro trabalho. Pra desejar escondido, no canto mais escuro de nós mesmos, sermos mais do que somos e menos dos outros.



EmaToma

2 comentários:

menina fê disse...

deliciosa transgressão...

não acreditamos que seja uma violação, é pura e simplemente o desejo das almas...

para elas, as almas, o sexo não escolhe o sexo, sim o desejo que se satisfaz com os corpos, seja de um homem, seja de uma mulher!

adorei muito teu blog! tomei a liberdade de linká-la aos nossos banquetes.


bjs gostosos, fê_casalqseama*

p.s.: teu blog ferve, venha buscar um selo feito por nós (post 10/08).

Bichinho disse...

Beijo fantasma...