sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Free falling

Fui uma adolescente sacana.



Tocava meu corpo com frequência, queria descobrí-lo. Era normal me masturbar na frente do espelho, gostava de me ver gozar. Era dramático e incontrolável. E eu sempre gostei de coisas “incontroláveis”.


Beijei muitos meninos… e duas meninas. Essas duas últimas com a desculpa de ver “se beijávamos bem, de fato”. Então fizemos um concurso. Foi delicioso.



Peguei em alguns paus, queria vê-los, senti-los, saber quais reações os garotos teriam se eu fizesse isso.



Deixei que me tocassem também. Durante a adolescência toda, em todas as partes do corpo.



Me lembro de ensinar um garoto a passar a mão no meu corpo e em minha bunda enquanto me beijava, afinal ele parecia uma múmia, uma estátua, sei lá o quê! Horrível. Depois ele aprendeu direitinho.



Mas apesar de tudo, perdi a virgindade meio tarde. Aos 18. Com um namorado, no banco de trás de um Escort azul.



Havíamos brigado a tarde toda e ele finalmente foi me levar em casa. Muito chororô e dramalhão depois, decidimos nos despedir e encarar um futuro incerto, talvez um rompimento.



Tudo bem. Já havíamos rompido antes. E voltado depois. Infinitas vezes. Éramos loucos um pelo outro. Ele era, antes de qualquer coisa, meu melhor amigo, alguém com quem eu adorava passar o tempo, conversar, me divertir. Éramos confidentes, companheiros.



Ele era divertido, extrovertido, inteligente, culto. E cafajeste. Mentiroso. Galinha. E lindo. Era a cara do Michael J. Fox. Mas nosso namoro era tranquilo, sem muitas putarias. Até o primeiro rompimento…



Havíamos namorado pela primeira vez quando eu tinha 16 anos. Foi meu primeiro namorado. Minha primeira paixão e também minha primeira decepção. Descobri que ele me traía e armei um esquema para pega-lo no flagra. Meu conto de fadas virou história de horror. Eu sofri feito o diabo, chorei, me descabelei e morri pela primeira vez em minha vida. Recordo-me da dor até hoje…imagine!



A primeira dor a gente nunca esquece, certo?



Mas foi bom. A venda foi tirada dos meus olhos. Renasci mais madura, esperta e decidida a não ser mais bobinha e romântica. E, de fato nunca mais fui.



Acabamos voltando, mas eu estava completamente mudada. Estava decidida a provar isso a ele quando fiz nele meu primeiro boquete.



Foi num domingo à tarde, todos em casa dormiam e estávamos assistindo um video na sala. Comecei a beijá-lo, lamber seu pescoço e orelha, gemendo baixinho ao pé d’ouvido e acariciando-o por debaixo da camiseta. Levei a mão até sua bermuda, agarrando seu pau e batendo uma punheta de leve, até ele ficar total e completamente duro. Tirei da cueca e num ímpeto me inclinei e o enfiei inteiro na boca, chupando-o com vontade.



Ouvi um gemido meio contido e olhei para seu rosto, enquanto subia e descia, sem parar de chupá-lo. Ele estava incrédulo, mas a medida que eu chupava e lambia de leve a cabeça do pau ele foi se entregando, segurou meu pescoço, fechou os olhos e gemia baixinho, tremendo de tesão.



Fui aumentando a velocidade e a intensidade. Eu nunca havia feito aquilo, foi puro instinto.



Sentia o pau escorregando om facilidade pela minha boca, encostando na garganta, deslizando…sentia o gosto salgado e aquele corpo carnudo, duro, pulsando e preenchendo toda minha cavidade bucal.



Fechei meus olhos, segurei em sua base, de leve…senti cada nervura, toda sua textura, tamanho, gosto e poder. Eu estava adorando. Parecia me deliciar com um doce ou algo do tipo. Por outro lado, estava amando lhe dar prazer e decidi que se ele gozasse eu iria engolir seu gozo. Porque o amava. Porque queria sorvê-lo. Porque o queria dentro de mim, de alguma forma. Porque havia cansado de me privar dos prazeres do sexo. Porque queria seduzi-lo total e completamente e fazê-lo se arrepender até o último fio de cabelo por ter me traído.



Ele se contorcia e tremia, em transe. Abriu a boca de leve e soltou um derradeiro gemido, longo, abafado, sofrido, enquanto retesava o corpo, por inteiro, jogando a cabeça para trás. Entendi que gozava.



Na hora senti um jato quente, meio doce, meio salgado invadir minha garganta, enquanto o pau pulsava em minha boca, parecendo ter vida própria, na tentativa de expelir todo o líquido. Engoli tudo, com vontade, enquanto admirava a beleza de vê-lo ali, frágil, dominado, entregue, em êxtase, morrendo de prazer.



Aprendi a admirar e a venerar o orgasmo alheio.



A partir dali, nosso namoro virou TNT pura. Nos masturbávamos mutuamente, com frenquência, sempre que surgia uma oportunidade de ficarmos sozinhos. Ele passava longos minutos chupando e mordiscando meus mamilos, esfregando o rosto em meus seios, enquanto enfiava um dedo no meu cuzinho, de leve. Eu ficava tonta de prazer, indolente feito uma gata no cio, gemendo, pedindo mais.



Adorava quando ele me beijava e acariciava meu clitóris ao mesmo tempo. Eu gozava uma, duas, três vezes, me melava inteira, gemia alto…ele ficava completamente louco ao sentir minha buceta molhada contraindo-se em volta de seus dedos…no começo era um só, depois dois, depois três…ele me implorava para transarmos, ardia, chorava…estava total e completamente dominado. Obcecado. Doente. Febril.



E eu negava. Negava pelo puro e simples prazer de poder negar.



Negava a ele e a todos os outros com os quais eu ia, dia-a-dia descobrindo o sexo, meu corpo, o corpo masculino. Negava porque gostava de vê-los rastejando, implorando, mendigando, me prometendo mundos e fundos…escravizados pelo prazer.



Todos eles tiraram casquinhas. Mas ninguém comeu de fato : )



Desde então, decidi aproveitar minha vida de adolescente, apimentar o namoro, me entregar mais…talvez não só para meu namorado…enfim. Ele me mostrou as delícias da traição. Direitos iguais, oras. Fui à forra e não fiquei no prejuízo.



Eu nunca fico. Eu empre dou. A buceta e prejuízo…enfim… voltando:



Eram 18 horas de um sábado quente de verão. Nos beijamos demorada e tristemente. Aquele beijo adolescente, quente e molhado, sôfrego, desesperado…o beijo que precede o fim. Suávamos, de calor e de desejo.



Estávamos cansádos e magoados. Fartos de discutir sem chegar a lugar algum.



O que era para ter sido um beijo rápido, de despedida, trivial e indolor, acabou pegando fogo. Logo, saltei do banco do passageiro, onde já estava com uma das mãos na maçaneta para ir me embora, para seu colo.



Me lembro bem: abri as pernas me encaixei na sua frente…as costas apoiadas no volante do carro, minhas duas mãos segurando seu rosto com volúpia, enquanto mordiscávamos um o lábio do outro, loucamente.



Senti seu pau duro, debaixo da bermuda, roçando em minha bucetinha molhada e enquanto o beijava, tratei de rebolar para aumentar o atrito. Eu usava regata preta sem sutiã, mini-saia jeans e coturnos.



Ele não teve dúvidas, afastou minha calcinha e começou a tocar uma siririca pra mim, me deixando louca…nisso, uma chuva torrencial desabou sobre a cidade. Estávamos parados quase em frente à minha casa, num bairro residencial de SP.



A água escorria pelas janelas do carro e não conseguíamos ver através delas. Estávamos isolados.



Gozei duas vezes e queria dar prazer a ele. Nem que fosse a última vez.



-Quero trepar com você… - eu disse baixinho, em seu ouvido, enquanto o abraçava, ainda suada e tentando me refazer do gozo



-Eu também…eu também…faz tempo…



-Tô falando sério. Quero transar. Agora. - Falei, olhando em seus olhos, respirando ofegante.



-Tem certeza? - Ele me perguntou sério. Ainda hoje me emociono quando me lembro de sua expressão preocupada, carinhosa. Apesar de estar morrendo de vontade de me comer.



-Tenho. Quero você, agora.



Na hora fomos para o banco de trás. Me deitei, tirei a saia e esperei ele se ajeitar pra cima de mim.



Na verdade, no final das contas, aquilo não foi nada romântico nem ao menos sexy.



Tinhamos tido momentos muito mais sexys e tensos nas sacanagenzinhas que fazíamos durante o namoro do que naquela transa.



Nos beijamos e senti o peso de seu corpo contra o meu. Abri minhas pernas, me oferecendo passiva e apaixonadamente a ele. Meu coração batia forte e tentei relaxar porque haviam me falado que se você estivesse tensa, doía mais.



Tentei me concentrar no barulho ensurdecedor da chuva lá fora. E pensei que estava trepando com um cara dentro de um carro, na rua. Eu era uma bela de uma puta…



Poderíamos ser pegos e presos por atentado ao pudor.



Esses dois fatores me deram uma dose extra de adrenalina e tratei de me concentrar no momento…em seu corpo e na perda da minha virgindade.



Bem, tentamos umas 8 vezes seguidas, se não me engano e tudo o que me lembro é de não ter sentido prazer porra nenhuma.



Senti foi uma dor lancinante, uma sensação de que algo estava me rasgando e queimando por dentro, que subia em direção à minha garganta, me deixando sem ar. Pensei que teria que andar de perna aberta depois que saísse dali e que todo mundo iria perceber. Sangrei um pouco também, um sangue escuro, muito estranho, que manchou minha calcinha e o banco do carro.



Foi mais incômodo e constrangedor do que qualquer outra coisa.



O temporal finalmente passou e tivemos que nos recompor.



Ainda ficamos lá durante um tempo…ouvindo rádio, quietos…pensamentos à mil.



Tocava “Take My Breath Away”.



A chuva passou. Era tarde. Eu tinha que descer. Dali a pouco meu pai estaria chamando o Corpo de Bombeiros para me procurar e minha mãe já deveria estar ligando para o IML.



Nos despedimos. Ficamos uma semana sem nos falar.



Depois disso, recebi um telefonema dele, dizendo que havia passado em um exame em outra cidade e iria para lá.



Eu disse tchau, boa sorte, espero que dê tudo certo. Ficamos mudos ao telefone.



Ele se foi.



E minha virgindade também.

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