sábado, 6 de setembro de 2008

à espera






você me provocou a noite toda, olhando meus peitos e minhas pernas sem disfarce, como quem bebe coca-cola gelada, saboreando cada gota com lábios famintos. minha surpresa deu lugar a um desejo de mostrar cada centímetro e me abrir pra você. mostrei coxas, vislumbres de carnes escondidas, fiz promessas silenciosas, convidei você a me descobrir. suas mãos me prometiam firmeza e ordens, pela primeira vez baixei meus olhos, submissa, procurando meus seios que queriam fugir e procurar seu peito. ofereci meu vinho, minha comida, meus perfumes e sons, mas você soube esperar. aproximou-se em espiral, com passos de gato, analisando meus ângulos, eu quase pude sentir seu desejo pulsando junto com meu coração madrugada adentro, cada hora aumentando a tensão. lembro de sentar na sua frente com as pernas quase abertas, meu vestido escorregando pelas minhas coxas, eu quase podia sentir seus olhos me tocando, eu abri meus braços e me deixei, abandonada, observar por você; eu queria saber como era seu corpo, o gosto da sua boca, o cheiro da sua barba. queria sentir meu cheiro no seu rosto melado, queria ajoelhar a seus pés, entregue. mas você já me conhecia e sabia que eu precisava de freios para amplificar meus extremos, você me deixou esperando até que você tivesse cada gota do meu desejo nas suas mãos e, no último instante do adeus, me beijou com cada centímetro do seu corpo, percorreu meu corpo com mãos famintas, bebeu minha saliva, cheio de sede, lambeu meu rosto e falou no meu ouvido sem que eu pudesse ouvir. estava ensurdecida de querer, não era mais minha naqueles momentos breves da sua conquista. seu triunfo foi ter-me inteira e pronta para ajoelhar e implorar por mais. você me deixou, entregue à força do desejo que despertou, e eu jamais me senti tão frágil, tão mulher.



Lorelei

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