terça-feira, 18 de março de 2008

Viagem



de vez em quando me perco no meio das minhas pernas cruzadas,
onde pulsa algo mais forte quero mãos e bocas no meu corpo, vozes que mandem,
quero o silêncio da minha boca até que não seja mais possível,
e a escuridão, a surpresa. fecho os olhos atecipando o que virá,
para que tudo o mais se expanda, concentração no escuro,
mergulhada no mar profundo, o cheiro de sal, a boca na minha boca,
mãos nos meus cabelos, dedos, línguas no meu sexo, meus peitos querendo ser tocados. eu sonho, sonho acordada e dormindo, com bocas de menina e mãos de homens. com línguas de animais, com violência de bárbaros, com estupro e terra, todos os meus espaços sendo preenchidos. sonho com vendas e saltos, com batom e máscaras, com saias sem calcinha no metrô e homens suados se esfregando no meu corpo. sonho com meninas ansiosas e louras, de calcinhas cor-de-rosa e peitos recém aparecidos, cheirando a banho e chiclete. imagino senhores respeitáveis que apreciam bucetas como quem toma uma taça de conhaque, narinas abertas, antecipando o sabor. me deixo tocar por meninos tão jovens que gozam com seus paus virgens ao mero contato dos seus dedos ansiosos com uma buceta melada, por dentro da calça, num canto escondido. beijo a boca de travestis com gosto de maquiagem, os peitos falsos empurrando os meus, os paus verdadeiros escapando das calcinhas mínimas. trêmula, sentada na poltrona incômoda de um avião, abro os olhos, até então fechados para ver melhor meus desejos. procuro um livro, uma blusa, desesperada. abro rapidamente o zíper, gostando da idéia que o rapaz à distância de uma poltrona perceba o que faço, e gozo, em poucos segundos. não emito um som, mas sei que ele sabe. gozo mais.

Lorelei

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