quinta-feira, 20 de março de 2008

“Atracção”, trecho de


Leituras

"- És feliz?- perguntou ela. – Às vezes penso que não és.
(...)
- Todos os dias acordo e sinto-me tão... excitado. Salto da cama e os meus pés não tocam no chão.
(...)
- Ando ridiculamente emproado – diz-lhe ele.
(...)
- Quero falar de ti a toda a gente – diz ele, contemplando o interior dela-, até aos maiores desconhecidos, quando estou a comprar o jornal ou à espera de atravessar a rua. “Há uma rapariga, vou-te contar”. Deixo escapar o teu nome quando estou a conversar, mesmo quando tu não tens nada a ver com o caso. Mal me dou ao trabalho de comer; é uma maçada! Não quero dormir, por se tratar de um período de tempo em que não estou a pensar em ti. Nunca sonho contigo, talvez porque tu sejas como um sonho. Não consigo imaginar-te fazeres coisas vulgares, a falar e a andar quando eu não estou por perto. Quero que sejas uma boneca, cuja vida congela quando eu me vou embora. Mas também quero que estejas viva, calcorreando o mundo. Vivendo uma vida livre e alegre. Quero que sejas como um pássaro que pousa lá fora na minha janela e me olha com uns olhos que parecem contas – um pássaro que pode voar dali para fora, a qualquer momento, e nunca mais voltar. Sinto-me... como se tivesse encontrado algo em que todo o mundo sempre tem andado à procura. Sinto-me como se tivesse ganho milhões e milhões de dólares. Sinto-me como se tivesse quinze anos. Sou tão feliz feliz como um idiota. Graças a ti."

In “Atracção”, by Cameron S. Redfern

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