sexta-feira, 2 de maio de 2008

Calcinha cravada








Gosta de coisas exatas. A unha na carne, o poliéster da calcinha, o elástico preso no canto do grelo, a renda barata enfiada na bunda.

Tem um corpo abandonado ao sono sobre a cama. No meio das pernas abertas, pode-se ver o tecido transformado em fio, enfiado nas dobras, pressionando a carne.

A mulher dorme, o homem observa.

E eu juro que ela sonha com esses olhos cravados na carne. Como elásticos, como rendas vagabundas. Porque nada tem mais força do que o olhar do amante quando se enterra nas dobras do nosso corpo.

http://duasbocas.wordpress.com/

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